A cesta básica do Grande ABC custa em média 10% menos do que na Capital, com diferença de até R$ 21 no bolso. Apesar da boa notícia, os supermercados com sede na região fizeram com que os preços dos itens indispensáveis no carrinho do supermercado variassem mais aqui neste mês do que em São Paulo. Em alguns casos, o índice apresentou oscilação de até 100% em relação aos números de lá.
A diferença estipulada tem base nos dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) - apresentado ontem - contra a pesquisa feita pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). O preço médio da cesta em São Paulo é mais baixo, alcançando R$ 241,08 contra os R$ 353 da região. Mas a ponderação de produtos e o número de itens contabilizados pela Craisa na pesquisa é diferente.
No entanto, quando são levados em consideração apenas os produtos avaliados pelo Dieese, o valor médio da cesta na região cai para R$ 207,32 contra R$ 228,53 do carrinho paulistano. Para isso, a manteiga foi desconsiderada, uma vez que o estudo regional pesquisa a margarina e em quantidade menor.
Para o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezza de Benendetto, o estudo do Dieese aponta a necessidade de que a dona de casa pesquise muito os preços oferecidos entre os supermercados, uma vez que na região os valores tendem a ser menores.
"A oscilação pode ter sido maior aqui do que lá, mas isso aponta que, para não ficarmos reféns da falta de supermercados aqui, precisamos pesquisar. É notório que em São Paulo há maior diversidade de grupos e redes, mas a variação de preços entre os locais chega a até a 30% na região", aponta.
CARNE E FEIJÃO
Seguindo a tendência do Grande ABC, o feijão e a carne foram os produtos com maior aumento neste mês, com oscilação de 38,12% e 15,92%, respectivamente.
O coordenador do Dieese e autor do estudo, José Maurício Soares, afirma que as altas não são costumeiras neste período e aconteceram por conta da seca registrada na maior parte do País. "No caso da carne, por exemplo, os pastos secaram e isso demora a ser recuperado. O tempo também atrasou o plantio de feijão, fazendo com que a entressafra durasse mais. Isso deve ser corrigido em breve", avalia.
Veículo: Diário do Grande ABC