Importações batem recorde em novembro

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Com economia aquecida, importações atingiram média diária de US$ 868,8 milhões

 

O mercado aquecido às vésperas das festas de fim de ano provocou forte aumento das importações em novembro. A média diária de compras externas chegou a US$ 868,8 milhões, a maior da história, segundo dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

 

Normalmente as encomendas para compor os estoques são feitas até outubro, mas o câmbio apreciado e as expectativas de recordes de vendas mantiveram o fôlego pelas importações, que somaram US$ 17,376 bilhões.

 

De acordo com o diretor de Planejamento da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC, Roberto Dantas, as importações de novembro também aumentaram no segmento de combustíveis, sobretudo carvão, utilizado nas siderúrgicas.

 

"Era esperado um crescimento das importações como ocorre em todos os anos, mas o salto foi um pouco maior. Além disso, é importante ressaltar a continuidade das compras de bens de capital e insumos importados, em decorrência dos investimentos e do aumento da produção da indústria nacional", afirmou.

 

Com o crescimento das importações, o saldo comercial em novembro foi positivo em apenas US$ 312 milhões, o pior desempenho desde janeiro. Para Dantas, parte do resultado se deve à programação de embarques no fim do ano, sazonalidade que faz com que o mês de novembro tenha saldos reduzidos, entre os piores do ano, como ocorreu em 2007 e 2009.

 

Exportações. A queda de 3,8% nas vendas ao exterior em relação à média diária de outubro também reduziu o saldo no mês, por causa do fim das safras de algumas commodities. Os US$ 17,688 bilhões em exportações representaram o quarto mês consecutivo de queda, após terem alcançado o pico de US$ 19,236 bilhões em agosto.

 

Ainda assim, a média de US$ 884,4 milhões exportados por dia em novembro foi recorde para o mês. Em relação a novembro do ano passado, o crescimento das exportações foi de 69,2%, com expansão em produtos básicos, como minério de ferro (176%) e café (62%), cujos preços subiram muito no mercado internacional.

 

O MDIC divulgou ontem sua nova previsão para as exportações em 2010. A meta do governo havia sido revisada no mês passado para US$ 195 bilhões, mas segundo Dantas, o desempenho deve alcançar US$ 198 bilhões, repetindo resultado recorde de 2008, quando totalizaram US$ 197,9 bilhões.

 

De janeiro a novembro, as exportações somaram US$ 180,997 bilhões, com crescimento de 30,7% em relação aos US$ 138,532 bilhões do mesmo período em 2009, levando a uma nova revisão da estimativa. No acumulado dos últimos 12 meses, as exportações já alcançaram a meta, totalizando US$ 195,460 bilhões, com crescimento de 28,3% sobre o desempenho obtido entre dezembro de 2008 e novembro de 2009.

 

Por outro lado, o crescimento das importações foi ainda maior. As importações devem superar o recorde de 2008, quando somaram US$173,2 bilhões. De janeiro a novembro, os gastos já chegam a US$ 166,064 bilhões, com média diária de US$ 728,4 milhões, valor 43,9% superior à média de US$ 506,3 milhões registrada em igual período do ano passado.

 

Com isso, o superávit de US$ 14,933 bilhões acumulado nos onze primeiros meses de 2010 foi 35,4% inferior aos US$ 23,106 bilhões registrados de janeiro a novembro de 2009.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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