O abono vai contribuir para que os consumidores mantenham o nome limpo e deverá aumentar as vendas no varejo bem antes do Natal
O pagamento da primeira parcela do 13º salário, no dia 30 deste mês, deverá injetar R$ 5,256 bilhões na economia de Minas Gerais e R$ 1,187 bilhão em Belo Horizonte, conforme estimativas da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas). Aliado ao aumento do nível de emprego, ao aumento do poder de compra da população e à maior confiança na economia, o abono ajudará o consumidor a limpar seu nome e deverá incrementar as vendas do comércio antes mesmo do Natal.
Na comparação com o que foi pago na primeira parcela de 2010, que alcançou R$ 4,560 bilhões no Estado, o montante deste ano é 15,26% maior. Já no caso do valor a ser pago capital mineira, não foi possível calcular o crescimento, pois esta é a primeira vez que a entidade realiza o levantamento na cidade. Pela lei, o pagamento da primeira parcela do 13º salário deve ser feito até novembro, enquanto a segunda deve ser paga até 20 de dezembro.
De acordo com a gerente do Departamento de Economia da Fecomércio Minas, Silvânia de Araújo, normalmente os recursos da primeira parcela do abono natalino têm como destino o pagamento de débitos. "Isso ocorre em função do endividamento das famílias. Com a proximidade das festas de fim de ano e do Natal, as pessoas querem recuperar o poder de compra. Por isso, procuram limpar seus nomes o quanto antes", diz.
Já no que se refere ao destino do restante dos recursos a serem injetados na economia com o pagamento do benefício - R$ 10,513 bilhões em Minas Gerais e R$ 2,374 bilhões em Belo Horizonte -, a economista ressalta que ele será mais diversificado. Segundo ela, levantamento realizado pela entidade com os consumidores da Capital apontou que 47% dos recursos do 13º salário serão destinados para o consumo, 44% para quitação de dívidas e 8,5% para investimento.
Diante disso, segundo Silvânia de Araújo, a expectativa em relação ao aumento das vendas é bastante positiva. Pesquisa efetuada junto aos empresários do comércio revela que 88% acreditam em vendas melhores no Natal de 2011 na comparação com o ano passado. "Esse é o melhor patamar desde 2008", destaca.
Porém, a economista lembra que as estimativas em relação ao crescimento das vendas são relativamente conservadoras, já que 30,5% dos entrevistados acreditam em expansão entre 10% e 20% no volume de comercialização frente a 2010, enquanto, 27,2% esperam aumento nas vendas entre 20% e 50%. "De uma maneira geral, não há euforia. O que existe é uma busca do próprio empresário em relação à data", completa.
Os pontos positivos de maior destaque, de acordo com a mesma pesquisa, são a melhor qualidade dos itens comercializados (24,7%), maior variedade de produtos (17,5%) e inovações tecnológicas mais acessíveis ao consumidor (16,2%). Já os presentes preferidos pelo consumidor neste Natal, na opinião dos lojistas, serão roupas (16,2%), computadores/notebooks (11,6%), celulares e smartphones (11,3%) e tablets (10,8%). O tíquete médio estimado para a data será entre R$ 70 e R$ 100 (21,6%), entre R$ 100 e R$ 200 (18,1%) e entre R$ 200 e R$ 300 (16%).
Veículo: Diário do Comércio - MG