Previsão é de que IPCA encerre 2011 com alta de 6,5%

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A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deverá fechar o próximo ano em 6,2%, portanto, longe do centro da meta de 4,5%, na estimativa da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Diante do quadro, a entidade entende que o Brasil tem um desafio macroeconômico imediato que é conter a inflação sem exercer pressões sobre a taxa de câmbio.

De acordo com um estudo econômico para o Brasil, divulgado ontem pela organização, em Brasília, a inflação medida pelo IPCA deverá fechar 2011 em 6,5%, atingindo 6,2% ao final de 2012. Só em 2013, convergirá mais para o centro da meta, chegando a 5,1%. Dessa forma, em todas as projeções, a inflação está afastada do centro da meta estabelecida pelo governo brasileiro para 2011, 2012 e 2013, que é 4,5%. Essa meta tem uma margem de tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

A OCDE também estima que a economia brasileira crescerá apenas 3,6% em 2011. Em 2012, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá ter uma expansão um pouco menor, de 3,5%, e voltará a subir em 2013 chegando a 4%. A organização prevê ainda que o resultado primário do setor público ficará este ano em 2,9%, em relação ao PIB, e cairá para 2,5% em 2012 e 2013. Já o déficit em conta-corrente, um dos principais indicadores das contas externas, aumentará de 2,1% para 2,5% do PIB e passará para 2,7% em 2013.


Reação - O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcio Holland, rebateu as previsões da OCDE para o crescimento da economia brasileira e o comportamento da inflação do país, dizendo que há "inconsistências macroeconômicas" no modelo utilizado pela instituição em suas estimativas. "Há inconsistências macroeconômicas nas projeções da OCDE", afirmou.

Segundo Holland, o modelo de projeções da OCDE leva muito em conta a inflação passada e não incorpora "a capacidade de reação da economia brasileira" aos choques causados pela crise financeira internacional. "O Brasil surpreendeu em 2008/2009 e provavelmente vai surpreender os mais pessimistas em futuro próximo", acrescentou.

De acordo com o secretário, o mercado financeiro já começou a mudar suas previsões e concordar com a premissa do governo de que a inflação vai começar a "convergir rapidamente" para a meta dentro dos próximos meses. (AE/ABr)


Veículo: Diário do Comércio - MG


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