Se comparado os negócios do 1º mês deste ano com os de dezembro de 2011, a retração foi de apenas 0,42%.
Pesquisa divulgada ontem pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) revela que o desempenho do comércio varejista na capital mineira em janeiro registrou retração de 1,18% em janeiro, em relação ao mesmo mês do exercício passado. Apesar disso o resultado não pode ser considerado ruim, por se tratar de uma base forte de comparação. Só para se ter uma ideia, na mesma base de comparação, em 2011 houve alta de 5,1% em relação ao ano de 2010.
Se comparado as vendas de janeiro deste ano com as de dezembro 2011, o recuo foi de apenas 0,42%, o melhor resultado desde 2006. A economista da CDL-BH, Ana Paula Bastos, explica que, no início do ano passado, o consumidor estava mais confiante, resultado da boa performance econômica do ano anterior, ainda sem os efeitos da desaceleração da economia internacional, que teve ênfase a partir de 2011, puxada principalmente pela crise na Europa e nos Estados Unidos.
"Com a economia globalizada, sofremos os impactos da crise mundial", afirmou. No entanto, segundo ela, o cenário poderia ser pior. "Isso significa que o Brasil está economicamente mais sólido, o que pode ser comprovado pelo nível de emprego e aumento da renda, que continuam crescendo", explica.
Os setores que impulsionaram a queda foram: papelarias e livrarias (-14,57%), veículos novos e usados (-4,07%) e supermercados e produtos alimentícios (-3,16%). Contudo, o bom desempenho de outras áreas, como máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (3,63%) e tecidos, vestuário, armarinho e calçados (1,03%) ajudaram a conter uma retração maior no consumo.
A economista da CDL-BH explicou que o aumento nas vendas nos setores de vestuário, armarinhos e calçados, em janeiro, se deve à antecipação das liquidações, o que incentiva o consumidor a ir às compras e o lojista a fazer caixa.
Já nos demais setores, o incremento se deve principalmente à redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) da linha branca, o que ajuda tanto a indústria, que consegue renovar os seus estoques, quanto o varejo, que consegue atrair o cliente com preços mais baixos.
Despesas - Já com relação a dezembro de 2011, a queda registrada foi de apenas 0,42%, mesmo com a influência das vendas natalinas. Os setores que contribuíram foram: tecidos, vestuário, armarinho e calçados (-13,54), produtos farmacêuticos, odontológicos e veterinários (-8,2%) e ferragens, material elétrico e de construção (-1,74).
Tradicionalmente as vendas de janeiro para o varejo sofrem o impacto de despesas adicionais de início de ano como impostos Predial e Territorial Urbano (IPTU) e sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), além dos custos gerados por matrícula e material escolar, o que tendem a sobrecarregar e comprometer o orçamento da maioria dos consumidores, esclarece a economista.
Apesar de fatores que geraram impactos negativos e deixaram o consumidor mais receoso, nos últimos 12 meses o balanço foi positivo. As vendas no comércio varejista cresceram 5,37% em comparação com o período anterior.
Veículo: Diário do Comércio - MG