Quando o assunto é ir às compras, o consumidor brasileiro se contradiz. É o que aponta pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com 610 compradores das 27 capitais do país. De acordo com o levantamento, 88% dos entrevistados se declaram conservadores ou moderados quando vão às lojas, mas quase a metade (47%) admite que já comprar algum produto que sequer chegou usar.
O estudo revela ainda uma tendência do brasileiro em recorrer ao consumo como forma de satisfazer suas vontades pessoais. Cinquenta e nove por cento dos consultados afirmaram ter comprado algo pensando "eu mereço", mesmo sem condições financeiras para arcar com o produto. De igual maneira, seis em cada 10 entrevistados assumiram que antes de receber o salário pensam nas compras supérfluas que farão no mês seguinte.
Na avaliação do gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges, a tendência ao consumo imediatista e impulsivo por uma parcela expressiva da população é reflexo das recentes alterações na estrutura de renda do brasileiro e no acesso facilitado ao crédito.
– Com o desemprego em baixa e reajustes salariais acima da inflação, temos assistido a uma crescente inserção do consumidor ao mercado de crédito, o que garante mais poder de compra. O problema é que a melhora da condição financeira da população nem sempre vem acompanhada de uma maior consciência para gastar esse dinheiro – explica Borges.
O material da pesquisa pode ser acessado em www.spcbrasil.org.br/imprensa/pesquisas
Veículo: Diário Catarinense