A alimentação representou o maior peso na inflação para o consumidor de baixa renda em 2013, respondendo por 52% da alta de 4,98% do Índice de Preços ao Consumidor Classe 1 (IPC-C1) no ano passado. O índice é apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
Segundo o economista da FGV, André Braz, preços monitorados, como o de energia elétrica e o de transportes, ajudaram a conter um avanço mais significativo do índice. A tarifa de energia caiu, em média, 16,68% em 2013, e o custo do transportes, recuou 2,21%, em média, no ano passado, para os consumidores de baixa renda.
Para este ano, entretanto, os dois grupos devem inverter seus papéis. Para Braz, a expectativa positiva para a safra brasileira deve contribuir para que os preços dos alimentos não subam como no ano passado, mas os serviços monitorados, por sua vez, devem ter reajustes, puxando uma alta da inflação para a baixa renda. "Em 2014 há expectativa de que o IPC-C1 avance em relação a 2013, em função dos serviços monitorados. Como é ano eleitoral, entretanto, pode ser que o peso maior venha só em 2015", avaliou.
Energia, segundo o economista da FGV, também deve ser ponto de preocupação porque em fevereiro a taxa em 12 meses perderá o efeito da desoneração nas tarifas, ocorrida em fevereiro do ano passado. Isso deve gerar abrupta aceleração no índice.
Para Braz, além da pressão dos monitorados, em 2014 devem contribuir para a inflação maior os serviços livres, em função da Copa do Mundo e das eleições.
Veículo: Valor Econômico