Brasil e outros emergentes seguram desempenho da Reckitt Benckiser

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A Reckitt Benckiser, fabricante do limpador Veja e do produto para lavar as mãos Dettol, projeta desaceleração no crescimento das vendas neste ano, em decorrência da piora nas condições em alguns países em desenvolvimento.


A estimativa é de aumento entre 4%e 5% na receita, a taxas de câmbio constantes, excluindo a unidade RB Pharmaceuticals (RBP) que passa por revisão estratégica, segundo comunicado divulgado pela empresa de Slough, na Inglaterra. Em 2013, o crescimento foi de 7%, sendo que dois pontos percentuais foram referentes a aquisições de outras operações.


A empresa soma-se a outras fabricantes de bens de consumo, como Unilever e Diageo, que previram incertezas políticas e menor crescimento em alguns dos principais países em desenvolvimento. As condições de mercado na Rússia, por exemplo, voltaram a piorar e afetaram o crescimento no quarto trimestre, disse o CEO da Reckitt Benckiser, Rakesh Kapoor, em entrevista sobre o balanço concedida ontem.


As vendas de operações existentes há mais de um ano subiram 4% no trimestre e a receita anual passou dos 10 bilhões de libras esterlinas (US$ 16,44 bilhões) pela primeira vez.


O desempenho "no geral [foi] melhor do que as expectativas do mercado", mesmo com os países emergentes "decepcionando um pouco", segundo relatório do analista Chris Wickham, da Oriel Securities, para clientes.


O crescimento das vendas no quarto trimestre desacelerou-se para 3% na região que inclui a Rússia, em comparação aos 5% observados no trimestre anterior. As margens de lucro diminuíram, afetadas por custos relacionados ao desenvolvimento das marcas. "Não estou satisfeito com a Rússia", disse Kapoor, em teleconferência. "Não está muito bem".


As vendas na América Latina e Ásia subiram 9% no quarto trimestre, abaixo dos 10% verificados nos três meses anteriores, de acordo com a empresa. Apesar das "fortes" vendas de marcas como Durex (preservativos) na China, o desempenho na Índia, Brasil e Tailândia acabou limitando o crescimento.


"As condições de mercado estão mais desafiadoras que no início de 2013, particularmente, em alguns mercados emergentes", afirmou Kappor. Ainda assim, "a perspectiva de longo prazo nos mercados emergentes continua boa."


A empresa também divulgou ontem previsão de expansão de "estável a moderada" na margem de lucro operacional neste ano, excluindo a RBP. Em 2013, essas margens aumentaram 0,2 ponto percentual, para 23,6%.


Kapoor estuda vender a RBP, de remédios como o Suboxone, para tratamento de viciados em heroína, para concentrar-se em marcas de marcas de cuidados com a saúde, como a Durex e a Mucinex, um produto contra resfriados. O CEO não adiantou ontem dados sobre a revisão estratégica da unidade. As vendas do Suboxane caíram 18% no quarto trimestre, dentro das estimativas dos analistas, com o novo formato da droga, em pequenas tiras, mantendo participação de mercado de 68%, igual à do terceiro trimestre.


"Continuamos achando que essa revisão terá como resultado a venda ou desmembramento, o que acreditamos que vai ser bem recebido pelos investidores", afirmou o analista Andrew Wood, do Sanford C. Bernstein.

As avaliações da RBP chegaram a 6,3 bilhões de libras há três anos, mas caíram, em meio à concorrência de genéricos e de outras marcas. As estimativas do valor da unidade agora variam entre 1 bilhão e 4 bilhões de libras, segundo o Exane BNP Paribas.


A companhia adquiriu operações de produtos para cuidados com a saúde na China, América Latina e nos Estados Unidos nos últimos 24 meses e tem interesse em comprar as atividades de remédios vendidos sem receita da Merck, segundo fontes a par do assunto. Perguntado sobre aquisições, Kappor disse apenas que a empresa planeja ser uma "agregadora", enquanto o setor de produtos para cuidados com a saúde se consolida.


A Reckitt Benckiser vem tendo "progressos excelentes" com as aquisições, disse Kappor, como a da fabricante de vitaminas Schiff Nutrition, cujo suplemento MegaRed Omega-3 está sendo lançado em 20 países. Compras como essa ajudaram a unidade de saúde da empresa - responsável por 29% da receita - a ter aumento de 7% nas vendas no trimestre, superando a estimativa de analistas como Wood, do Bernstein.


A unidade de higiene, que inclui marcas como Dettol e Finish, viu as vendas subirem 6% no trimestre, impulsionadas por novos produtos como o de limpeza de banheiros Harpic Hygiene Max.


O lucro líquido ajustado subiu 2% na comparação com o ano anterior, para 1,97 bilhão de libras (US$ 3,2 bilhões) em 2013.


Veículo: Valor Econômico

 


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