Segundo a CDL/BH, vendas do setor cresceram 4,61% no exercício passado
Apesar da expansão de 4,61% nas vendas na comparação com o exercício anterior, o comércio de Belo Horizonte registrou em 2013 o pior resultado dos últimos cinco anos, conforme números da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), divulgados ontem. Para 2014, a entidade projeta uma alta ainda menor, de 3,5%.
Para o presidente da CDL/BH, Bruno Falci, o fraco desempenho reflete a combinação entre crescimento da inflação e da taxa de juros, que acabou impactando a renda dos consumidores belo-horizontinos. "Só o aumento da pressão inflacionária e a alta dos juros já são fatores que influenciaram o resultado. Além disso, o clima não é de otimismo e vem contribuindo para a perda de vendas", afirmou.
O destaque positivo do ano passado foi o setor de tecidos, vestuário, armarinho e calçados, enquanto que na outra ponta aparece o segmento de veículos novos e usados, o único que registrou queda no período. No confronto entre 2013 e 2012, o ramo de tecidos, vestuário, armarinho e calçados apresentou alta de 7,89%.
Outros setores que tiveram crescimento foram: artigos diversos, que incluem acessórios em couro, brinquedos, ótica, caça, pesca, material esportivo e fotográfico, computadores e periféricos e artigos de borracha, com elevação de 7,22%; máquinas, eletrodomésticos, móveis e equipamentos (+7,12%), supermercados e produtos alimentícios (+6,01%); produtos farmacêuticos (+4,54%); papelarias e livrarias (+4,49%) e ferragens, material elétrico e de construção (+3,43%).
Por outro lado, em 2013, o setor de veículos novos e usados/peças registrou queda de 0,07%, mantendo-se praticamente estagnado em relação a 2012. "Ao longo do ano passado, o segmento contou com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Porém, a medida não teve grande impacto nas vendas. Afinal, grande parte da população já tinha adquirido seu veículo nos anos anteriores", disse o presidente da CDL/BH.
Ainda na comparação isolada do desempenho do comércio de Belo Horizonte durante dezembro do ano passado, que representa as vendas de Natal, com o mesmo mês do exercício anterior, houve alta de 5,04%, conforme os dados da CDL/BH. Nesta base de comparação os setores que apresentaram crescimento foram: tecidos, vestuário, armarinho e calçados (12,44%); supermercados e produtos alimentícios (9,49%); artigos diversos (7,57%); perfumes e cosméticos (6,67%); máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (5%) e papelarias e livrarias (0,29%).
Expectativas - A projeção de crescimento de apenas 3,5% para o varejo de Belo Horizonte neste exercício foi feita pela entidade com base em um cenário de perspectivas de aumento da inflacão, das taxas de juros e do nível de desemprego, que já prejudicaram o resultado de 2013.
"Entretanto, temos que considerar que 2014 é um ano atípico, visto que o país sediará a Copa do Mundo, além de passar por um processo eleitoral em outubro. Portanto, é necessário observar como a economia e o comércio serão impactados por tais eventos", disse Falci.
Além disso, o presidente da entidade da Capital revela que vai trabalhar no sentido de evitar feriados durante os jogos da seleção brasileira na Copa. "Se o comércio varejista de Belo Horizonte ficar parado um dia, ele deixa de faturar R$ 75 milhões. E, se houver muitos feriados, vai impactar violentamente o comércio", alerta.
Segundo Falci, se o Brasil jogar na Capital, por exemplo, "será difícil evitar que não tenha feriado, mas a seleção jogar em outras cidades é possível deixar o comércio livre para administrar o tempo durante o jogo. Porém, precisamos de segurança, o que será primordial para isso", destacou.
Veículo: Diário do Comércio - MG