CDL prevê crescimento entre 1,99% e 3,09% nas vendas para a data comemorativa neste ano na capital mineira
Apesar do cenário macroeconômico conturbado, o Dia das Mães deverá movimentar até R$ 2,19 bilhões no comércio varejista da capital mineira neste ano. As estimativas foram divulgadas ontem pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH).
O Dia das Mães é a segunda melhor data comemorativa para o comércio, perdendo apenas para o Natal. A expectativa da entidade é obter um crescimento entre 1,99% e 3,09% na comparação com o ano passado, quando as vendas no comércio da Capital somaram R$ 2,13 bilhões. Dessa forma, o resultado deverá ficar entre R$ 2,17 bilhões e R$ 2,19 bilhões.
As projeções positivas se dão em meio ao momento de pressão inflacionária e elevação dos juros no país. Porém, de acordo com o presidente da CDL/BH, Bruno Falci, o crescimento está apoiado no bom momento do mercado de trabalho.
Além da manutenção de bons índices de emprego, o presidente da entidade aponta o aumento da renda dos trabalhadores observada nos últimos anos com um fator que poderá impulsionar as vendas para a data comemorativa. "Além disso, o Dia das Mães tem um apelo emocional muito forte", afirma. Dessa forma, mesmo que seja um produto de menor valor, os consumidores não deverão deixar de comprar presentes.
De acordo com a CDL/BH, os segmentos que deverão se destacar nas vendas neste ano são os de eletrodomésticos, eletroeletrônicos, produtos de utilidade para o lar, perfumaria, moda feminina, acessórios, calçados e livraria.
Para incrementar as vendas em meio aos indicadores negativos, na avaliação de Falci, o comerciante deverá utilizar a criatividade. Segundo ele, os lojistas podem apostar, por exemplo, na comercialização de kits e estratégias que atraem a atenção dos consumidores por seu custo/benefício.
O presidente da CDL/BH aponta também atrativos como parcelamento e promoções para impulsionar os negócios. "Sem contar, a manutenção de um bom atendimento e a boa exposição dos produtos", observa.
O presidente da entidade criticou a condução da política econômica brasileira e alertou que a alta da taxa básica de juros (Selic) irá impactar negativamente o comércio varejista. "Não é preciso ser economista para se chegar à conclusão de que a única coisa que o Brasil faz para conter a inflação é segurar os preços do combustível, da energia e subir juros, porém, amanhã, a conta vai chegar", advertiu.
Ele lembrou que os juros mais altos do mundo são cobrados no Brasil e a inflação não pode ser considerada baixa. "Esta gestão econômica brasileira está extremamente equivocada", avaliou.
Centro administrativo - Comerciantes da região central de Belo Horizonte comemoram o anúncio que o novo centro administrativo municipal será construído no estacionamento da rodoviária da capital mineira. De acordo com o presidente da CDL/BH, a sede concederá novo fôlego ao varejo local. "A vinda de 63 unidades administrativas e de cerca de 10 mil servidores municipais implicará no aumento do fluxo de consumidores e, conseqüentemente, nas vendas da região", explicou. "A região, responsável por 30% de todo o faturamento do comércio na cidade, terá sua capacidade potencializada", completou.
Com a nova sede, o comércio da região conseguirá recuperar os prejuízos obtidos com a transferência dos órgãos públicos do governo do Estado de Belo Horizonte para a Cidade Administrativa, em 2010. "Com essa mudança o setor perdeu um grande público. Embora o centro comercial da Savassi tenha sido o mais penalizado, o varejo do centro de Belo Horizonte também amargou prejuízos", afirmou. "Nossa expectativa agora é conquistar um novo perfil de clientes e alavancar as vendas", explicou Falci.
Veículo: Diário do Comércio - MG