Índice de Intenção de Compra alcançou, neste mês, o pior resultado dos últimos 22 meses, aponta pesquisa
Mais da metade dos consumidores fortalezenses não devem ir às compras em julho. É o que revela a pesquisa divulgada, ontem, pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Ceará (Fecomércio-CE). De acordo com o levantamento, a pretensão de compra caiu pelo sétimo mês consecutivo, atingindo o patamar de 36,1%.
O baixo índice, que mostra que 63,9% dos consumidores não estão dispostos a comprar bens de consumo duráveis neste mês, é também o mais baixo dos últimos 22 meses - desde setembro de 2012 -, quando a taxa atingiu 28,1%. O resultado de julho também piorou com relação ao mês passado, quando o índice registrou 45,8%.
O economista Alex Araújo relaciona a baixa intenção de compra a três possíveis fatores. "Primeiro porque o consumidor já vem sentido os preços mais elevados. Depois, vem a inflação e, por fim, o calendário deste ano, que sofreu diversas alterações com a Copa do Mundo, Carnaval em março e vários feriados em abril", avalia Araújo.
Confiança sobe
Apesar disso, os dados revelam que o Índice de Confiança do Consumidor de Fortaleza subiu 1,0% em julho, passando de 126,9 pontos, em junho, para 128,1 pontos neste mês. "Mesmo com o aumento, o movimento no comércio e as vendas deverão ser fracas em julho. As liquidações antecipadas, por exemplo, são uma resposta do varejo ao baixo consumo deste mês", acrescenta o economista.
Enquanto isso, o Índice de Situação Presente piorou 0,8%, ficando em 127,5 pontos (foi de 128,6 pontos em junho), e o Índice de Expectativas Futuras teve aumento de 2,2%, atingindo 128,5 pontos.
Desembolso
Conforme o estudo, além de não estarem dispostos a ir às compras em julho, os consumidores fortalezenses também não pretendem desembolsar grandes valores no momento de efetuar compras. Neste mês, 75,2% dos consumidores afirmaram que não pretendem gastar mais que R$ 250, enquanto somente 13,8% devem consumir mais de R$ 1 mil. O valor médio das compras, neste mês, é estimado em aproximadamente R$ 301,14 e a intenção de compra mostra-se mais vigorosa entre os consumidores do sexo masculino (38,0%), do grupo etário de 18 a 24 anos (44,8%) e com renda familiar superior a dez salários mínimos (49,9%).
Televisores na liderança
A pesquisa revela ainda que os produtos mais procurados, neste mês, são os televisores, citados por (18,7%) dos entrevistados, artigos de vestuário (15,4%), móveis e artigos de decoração (12,2%), aparelhos de telefonia celular (11,7%) e geladeiras e refrigeradores (10,8%).
Expectativas
Enquanto isso, as expectativas com o futuro se mostram mais otimistas, com 71,9% dos consumidores acreditando que sua situação financeira será boa nos próximos 12 meses. Apesar disso, o consumidor de Fortaleza tem mostrado preocupações com a situação econômica nacional, com 32,9% descrevendo-a como ruim ou péssima.
De acordo com o levantamento, esse sentimento recebe influências da aceleração da inflação e da percepção de relativa piora no mercado de trabalho trazendo expectativas negativas para o ambiente econômico dos próximos meses.
Além disso, a maior parte dos consumidores (65,4%) consideram o momento atual ótimo ou bom para a compra de bens duráveis, também refletindo a queda na intenção de compras e mostrando piora com relação a junho (índice de 69,6%). O estudo também mostra que 87,2% dos consumidores da Capital consideram que sua situação financeira atual está melhor ou muito melhor do que há um ano.
Veículo: Diário do Nordeste