Comércio deve ter o pior desempenho dos últimos oito anos, indica Provar

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Apesar do pessimismo com a desaceleração da economia, algumas redes como a Chilli Beans, de acessórios, e Vila Romana, de moda, já esperam incremento de até 6% nas vendas para o Natal.




O varejo deve ter o pior quarto trimestre dos últimos oito anos, incluindo as vendas do Dia da Criança e do Natal. A estimativa, feita pelo Programa de Administração do Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA), indica que apenas 40,4% dos paulistanos pretendem comprar um bem durável até dezembro de 2014.

"Acreditamos que as vendas no Natal serão piores, comparadas às registradas no ano passado. E, independentemente de quem ganhar as eleições, 2015 será um ano difícil de muitos reajustes", afirmou o diretor-presidente da FIA, Claudio Felisoni.

Entre as companhias que sentiram o impacto negativo está a rede de óculos Chilli Beans. A empresa viu o negócio recuar após o primeiro trimestre do ano, quando foi registrada "uma queda brutal nas vendas". Dessa forma, o segundo trimestre exigiu investimentos da companhia, principalmente em inovação.

"No terceiro trimestre andamos para trás e as vendas caíram muito. A retomada veio em setembro com um crescimento de 13%", afirmou ao DCI o diretor de expansão e novos negócios da marca, Marinho Ponci.

Retração

Para o executivo, a empresa não vê um horizonte muito favorável para investimentos no próximo ano, "uma vez que 2014 está sendo um período bem difícil para os negócios". Porém, a perspectiva é de aumento das vendas em 6% durante o Natal. E a empresa destaca que parte do otimismo está ligada às vendas de final de ano, período responsável por mais de 70% do faturamento da rede.

Com 600 lojas em operação e perspectivas de crescer 4% no ano, Ponci destaca que 45 novos pontos comerciais devem ser inaugurados em 2014, número inferior às 80 lojas abertas anualmente pela companhia. "Estamos fazendo um trabalho de incentivo interno, para que os franqueados abram outras unidades, uma vez que a procura por parte de novos investidores diminuiu", disse o executivo.

A meta da rede é chegar até 1.300 lojas no período de cinco anos, sendo que apenas 10% dos produtos da marca são produzidos no Brasil.

Internacionalização

Na contramão do baixo desempenho no mercado brasileiro, a Chilli Beans comemora a expansão no exterior. Hoje, a marca conta com 16 lojas nos Estados Unidos, cinco no Kuwait, três em Israel, cinco no Peru, oito na Colômbia, além de unidades em negociação na Noruega e Angola - que irá receber a primeira unidade até o final deste ano.

"Fora do Brasil, a marca está muito forte e agressiva. Durante a crise europeia, por exemplo, crescemos 49% em Portugal", ressaltou Ponci. Para ele, o crescimento está atrelado ao baixo preço dos produtos, que custam cerca de 80 euros na Europa, ante os 500 euros cobrados por marcas de luxo.

Moda masculina

Outra companhia que também sentiu os impactos da desaceleração da economia é a Vila Romana. Especializada em moda masculina, a rede estima crescimento entre 3% e 4% nas vendas do Natal, frente ao ano passado. "Vamos fechar este ano de 2014 abaixo do desempenho de 2013. Mas, como registramos um Dia dos Pais muito bom e as vendas de Natal costumam ser fortes, a expectativa ainda é grande para este período", explica o diretor da empresa, Eduardo Buzato.

De acordo com ele, a marca viu o faturamento da rede crescer apenas no último trimestre do ano, na comparação com o ano passado, já que alta na taxa de juros não tem favorecido o comércio em todo o Brasil.

Reformulação

"Acabamos de reformular a identidade visual da marca que está no mercado há mais de 53 anos. Acreditamos que a renovação dará um impulso grande nas vendas de final de ano", destacou Buzato.

Com 32 lojas próprias, a empresa aposta agora em serviços como os de consultores de estilo. Sem planos de expansão, o executivo afirma que a rede deve realizar investimentos pontuais e está atenta a ações estratégicas para novos pontos de venda. "Sobre o futuro, tudo irá depender do desempenho econômico em 2015. Em minha opinião ajustes precisam ser feitos e precisamos de um governo que consiga fazer as coisas acontecerem", finalizou.



Veículo: DCI


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