Brasileiro projeta gastar 30% a mais neste Natal

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Pesquisa revela que 87% dos consumidores entrevistados têm a intenção de comprar, no mínimo, um presente

 



Pesquisa nacional encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela um cenário positivo para o comércio varejista: neste ano, mais brasileiros devem ir às compras e gastar com os presentes de Natal em relação ao ano passado. De acordo com o levantamento, 87% dos consumidores entrevistados têm a intenção de comprar, no mínimo, um presente, o que representa um aumento de 20 pontos percentuais, na comparação com 2013 (67%).

Apenas 3% disseram que não vão comprar nada para dar de presente, e outros 10% ainda estão na dúvida ou não souberam responder. Além disso, o valor médio gasto com cada presente deve saltar de R$ 86,59 R$122,40, o que significa uma variação real superior a 30%.

O estudo do SPC Brasil constata ainda que, em média, cada consumidor deverá comprar quatro presentes neste fim de ano, mesma quantidade observada no Natal de 2013. Por outro lado, parcela significativa dos entrevistados afirma querer gastar menos com os presentes de Natal. Se, em 2013, o percentual dos que queriam diminuir os gastos com os presentes era de 13%, em 2014, eles passam a corresponder a 33% dos entrevistados. Outros 40% pretendem gastar a mesma quantia que no ano passado e apenas 27% dos consumidores ouvidos estão dispostos a desembolsar mais neste ano do que no Natal de 2013.

"Esses números podem indicar que os entrevistados estão receosos com as despesas de Natal, em virtude da queda da confiança do consumidor, que é consequência direta da piora na geração de empregos, do menor crescimento dos rendimentos dos trabalhadores, além da atividade econômica mais fraca. O consumidor quer presentear, mas sabe que o momento é de cautela e os gastos devem ser mais bem pensados", afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Perfil


Entre aqueles que pretendem gastar mais neste fim de ano do que em 2013, sobressai a intenção de dar um presente melhor ou mais presentes (29%), principalmente entre as mulheres (34%) e entrevistados de 18 a 24 anos (45%). Outros motivos citados foram o aumento da renda (20%) e o recebimento do 13º salário (16%).

Já entre os que querem diminuir as despesas com presentes de Natal, 35% alegaram estar endividados, 18% disseram estar desempregados e 17% pretendem economizar para outras finalidades.

Preços mais elevados

Mais da metade dos entrevistados (51%) relata a impressão de que os preços estão mais caros este ano. Entre aqueles que consideram ter havido alta de preços em relação ao ano passado, a sensação de inflação elevada é o principal motivo apontado pelos entrevistados (70%). Essa percepção é ainda mais disseminada entre os consumidores das classes C, D e E (78%).Para seis em cada dez (63%) consumidores, o preço é o fator determinante no momento de escolher o local onde os presentes serão comprados.

Localização (36%), promoções (36%), diversidade de produtos (33%) e segurança do local (22%) também influenciam na decisão sobre o estabelecimento. A maioria (86%) dos consumidores revela disposição para pesquisar melhores condições de pagamento e valores.

Quatro em cada dez (45%) entrevistados disseram que planejam fazer algum bico ou trabalho extra para comprar presentes de Natal. Ainda assim, mais da metade dos entrevistados (59%) afirmaram à pesquisa que sua vida financeira melhorou nos últimos 12 meses.

Lista de presentes

A lista de preferência dos consumidores considerando os itens a serem comprados traz as roupas na primeira posição, com 77%, seguidas dos calçados (50%) e perfumes/cosméticos (45%). Na comparação entre 2013 e 2014, percebe-se o crescimento do interesse em produtos como calçados (de 38% para 50%), perfumes e outros cosméticos (de 33% para 45%) e smartphones (de 12% para 20%). Há uma predominância maior de mulheres que presenteiam calçados (55%) e de homens que presenteiam smartphones (24%). Quem decide presentear alguém leva em conta o perfil do presenteado (47%), o desejo de quem ganha (20%) e o preço do presente (11%). A pesquisa identificou que as mães aparecem em primeiro lugar na relação dos mais presenteados (56%), seguidos pelos filhos/filhas (53%), cônjuges (52%), pai (36%), amigos (22%) e namorados/namoradas (20%).

33% querem desembolsar menos com presentes

São Paulo. O percentual de brasileiros que pretendem gastar menos com presentes no Natal deste ano aumentou para 33%, ante 13% em 2013, mostra pesquisa encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Para maioria dos entrevistados (51%), há uma impressão de que os preços estão mais caros. O principal motivo, apontado por 70% dos consumidores, é o aumento da inflação. Com isso, mesmo com uma intenção de gastar menos, o valor médio gasto com cada presente aumentou de R$ 86,59 no Natal de 2013 para R$ 122,40 neste ano.

A perspectiva negativa pode ser observada também entre os consumidores que pretendem gastar mais e os que vão desembolsar a mesma quantia, que diminuíram de 41% para 27% e de 46% para 40%, respectivamente. A principal razão apontada por aqueles que pretendem gastar menos é o endividamento (35%), seguido por estar desempregado (18%), para economizar (17%), porque o presente está mais barato do que no ano passado (10%) e possui outras prioridades (8%).

Outras justificativas apresentadas são: não conseguiu economizar (3%), situação financeira ruim (2%) e incertezas por causa da eleição (2%).

Além do aumento da inflação, os consumidores apresentaram como razão para a alta dos preços dos presentes um cenário econômico menos favorável (14%), por ser uma data comemorativa (12%) e outros motivos não detalhados (4%). Em relação ao número de presentes, aqueles que têm a intenção de comprar mais lembranças diminuiu de 50% para 40% entre 2013 e 2014, ao mesmo tempo em que os que pretendem comprar menos (de 13% para 15%).



Veículo: Diário do Nordeste


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