Inadimplência dos consumidores volta a aumentar em BH, aponta pesquisa

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Depois de ter caído para 4,5% em setembro, a inadimplência dos consumidores de Belo Horizonte voltou a subir consideravelmente no último mês, chegando a 5,3%. O comprometimento da renda das pessoas nos próximos meses também cresceu, de 49,9% em setembro para 58,5% em outubro.  o que aponta a Pesquisa de Endividamento do Consumidor (PEC), realizada pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas).

Segundo a analista de pesquisa da entidade, Luana Oliveira, o aumento do calote registrado no mês passado pode ser atribuído não somente à atual conjuntura econômica, que tem corroído o poder de compra da população, mas também ao Dia dos Pais, uma vez que para integrar o cadastro negativo, as pessoas têm que estar com contas atrasadas por mais de 90 dias.

O número de consumidores com contas em atraso em Belo Horizonte também cresceu. Em outubro este índice correspondeu a 15,9% e em setembro foi de 11,4%. Os consumidores que possuem algum compromisso financeiro em atraso acima de 91 dias representaram 13,2% do total. Já 36,8% dos entrevistados têm atrasos de menos de 30 dias.

O levantamento revela que, em outubro, 74,2% dos entrevistados comprometeram suas rendas com cartão de crédito, enquanto os cartões de lojas foram responsáveis pelo comprometimento da renda de 8% e os carnês, de 3,3%. Para saldar os compromissos em atraso, 38,2% das pessoas endividadas deixaram de usar o cartão de crédito em outubro.

Descontrole - Luana justifica a medida adotada pelos clientes com a confusão que eles fazem com o meio de pagamento ou financiamento, utilizando-o sem controle para comprar produtos e serviços. "Esse é um indicativo do uso indiscriminado do cartão para a aquisição de uma ampla gama de bens e serviços seguido, muitas vezes, do não acompanhamento sistemático das contas por meio dos comprovantes de compras", observa.

A intenção das pessoas ao suspender o uso do chamado "dinheiro de plástico" e quitar suas dívidas está no retorno às compras a prazo. A analista lembra que com a proximidade do Natal, principal época do comércio, a população deseja voltar a consumir.

"Inclusive, a tendência é que haja aumento na utilização da modalidade de pagamento daqui para frente. Mas o uso do dinheiro em espécie também deverá ser grande, já que as pessoas estão interessadas em promoções e descontos, priorizando o crédito para o pagamento dos tradicionais impostos do início de ano", explica.

Os compromissos financeiros absorvem entre 10% e 30% da renda familiar de 29,5% dos entrevistados, indicador abaixo dos 37,5% apurados na pesquisa anterior. Os consumidores que afirmaram ter sua renda comprometida entre 31% e 50% correspondem a 22,3% do total. Este resultado foi acima do que o apurado no mês anterior, de 13,5%.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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