Comércio de BH ainda não entrou no clima de Natal
O comércio mineiro ainda não entrou no clima de Natal. As tradicionais lojas lotadas de clientes, com um número maior de atendentes contratados temporariamente para cobrir a demanda do período, são um ambiente que não se concretizou nos primeiros dias deste mês. O que se vê, na prática, é a antecipação das liquidações de janeiro e estabelecimentos tão vazios quanto em meses "normais". A expectativa é que o "Papai Noel" decida encher as sacolas nae última hora para que os lojistas consigam, pelo menos, alcançar o mesmo resultado do final de 2013.
Na Savassi, tradicional ponto de vendas da Capital, a movimentação dessas primeiras semanas de dezembro sequer superou o que normalmente se via em um mês normal do ano passado. "Nem parece ser um mês de Natal. As vendas estão iguais às de um mês normal em outros anos. Não comparo com os demais meses deste ano porque foram todos muito ruins", afirma a presidente da Associação dos Lojistas da Savassi, Maria Auxiliadora Teixeira de Souza.
Em 25 anos de atuação no ramo, Maria Auxiliadora garante que nunca passou por um pré-Natal tão fraco em vendas. Já prevendo essa situação, os lojistas formaram estoque menor e, em sua maioria, não contrataram temporários. Geralmente, o contingente de funcionários nas lojas da Savassi, por exemplo, dobra no período, o que não aconteceu neste ano.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas Savassi (CDL Savassi), Alessandro Runcini, acredita que as vendas serão concentradas nas duas últimas semanas do ano. "Acho que, no fim das contas, o Natal deverá ter o mesmo resultado do ano passado. Mas a diferença é que em 2013 os negócios foram diluídos ao longo de todo o mês e neste serão concentradas no final. Mas não acredito que os mineiros vão deixar de comprar presentes de Natal. uma data muito forte", afirma.
Movimentação - Assim como nas ruas, os shoppings também não chegaram na movimentação esperada para o período. Para o superintendente da Associação de Lojistas de Shopping Centers de Minas Gerais (Aloshopping-MG), a demora para o aquecimento das vendas pode ter ligação com a antecipação das compras na black friday em novembro. "Com a liquidação em novembro, muitos anteciparam a compra dos presentes. Tanto que enfraqueceu o movimento logo depois", afirma.
A conclusão a que os lojistas chegaram é que somente vão conseguir vender se os preços forem muito atrativos. Até porque o tíquete médio deste ano está bem menor. Como estratégia, a liquidação de janeiro será trazida para dezembro por alguns lojistas.
"Muitos lojistas acreditam que vai ser o Natal das liquidações. Só vai vender quem tiver o preço mais razoável. Lógico que isso depende da estratégia de cada lojista e algumas marcas não conseguem manter promoção o mês inteiro", afirma.
Levando em conta a redução do tíquete médio, os lojistas do hipercentro acreditam que podem ter uma melhora nas vendas por causa do perfil mais popular das lojas. Mas, segundo o diretor da Associação dos Comerciantes do Hipercentro, Pedro Bacha, o ano está tão ruim que o otimismo se refere à estimativa de manter o resultado de 2013. Ou seja, na melhor das hipóteses, os negócios ficarão estagnados em relação ao ano passado.
Veículo: Diário do Comércio - MG