Inadimplência aumenta em BH

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Percentual de pessoas que estão com débitos atrasados atingiu 11,2% no ano passado

 



A inadimplência nos condomínios de Belo Horizonte aumentou em 2014. O percentual de pessoas que estão com débitos atrasados atingiu 11,2% no período, resultado 8,6% maior do que o registrado em 2013, quando houve aumento de 10,3%. E, com a economia do país estagnada e a decisão do governo de reajustar os preços administrados, a perspectiva é que esse índice aumente ainda mais este ano.

Os dados foram divulgados ontem pela Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG). De acordo com o vice-presidente das Administradoras de Condomínios da entidade, Leonardo Mota, os condomínios estão refletindo a situação econômica do país.

"Nos últimos anos, com as tarifas públicas represadas, as taxas de condomínio aumentaram menos. Esse ano, com aumento da energia, água e outros tributos, os reajustes serão maiores e isso tendee a elevar ainda mais a inadimplência" afirma. Em 2014, segundo a pesquisa, a média de reajustes de valores nas taxas de condomínios foi de 9%.

Mota explica que a falta de uma legislação mais severa em relação aos inadimplentes também favorece os calotes. "Os inadimplentes continuam usufruindo todos os serviços oferecidos em seu prédio normalmente. A multa também é muito baixa: 2% ao mês. Por isso, os condomínios devem cada vez mais ser administrados como empresas. Sempre recomendo que quando as dívidas começam a aumentar, o condomínio deve logo acionar a Justiça", diz.


Patamar - De acordo com a pesquisa, os maiores índices de inadimplência foram registrados nos meses de março (11,76%) e novembro (11,65%). Já em dezembro, a taxa de inadimplência chegou a 10,82% e a de impontualidade - taxas liquidadas dentro do mês, mas fora da data de vencimento -, atingiu o maior patamar do ano: 10,42%. O estudo foi feito levando em consideração cerca de 2 mil condomínios residenciais e comerciais em Belo Horizonte.

O vice-presidente da CMI/Secovi-MG relata que a luz amarela já foi acesa no setor. "Estamos vivendo o reflexo da situação econômica do país. Falamos que a questão da inadimplência é mais preocupante quando o percentual de devedores é superior ao do fundo de reserva recolhido nos edifícios, que equivale a 10% do valor da taxa cobrada. Ano passado passou de 11%. Já há desequilíbrio", ressalta Mota.

Ele explica, ainda, que esse cenário acaba criando um "ciclo vicioso" criado pela necessidade de reajuste das tarifas para colocar as contas no lugar, o que, sucessivamente, acaba causando o aumento da inadimplência. "Não tem muito para onde correr, haverá reajustes nas taxas", disse. Segundo a pesquisa, alguns prédios que estavam com os valores defasados já reajustaram o valor da tarifa mensal em até 20% para obter o equilíbrio financeiro.

Em relação aos valores das taxas de condomínios, moradores de imóveis de classe média de dois quartos, pagaram, em dezembro do ano passado, cerca de R$ 210,47. Nos apartamentos de luxo (com quatro quartos e mais de dois banheiros), a média mensal foi de R$ 1.040,87.


Água - Além dos problemas já enfrentados, os condomínios da Capital ainda terão que encontrar maneiras de enfrentar a crise hídrica, já que a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) solicitou que seja feita uma economia de 30% do consumo de água.

Uma das soluções apontadas pela entidade para a redução nos gastos com água nos condomínios está na instalação da medição individualizada. "Assim, o consumo cairia em 30% e cada morador iria pagar o que realmente consumir. Atualmente, a maioria dos condomínios não possui esse recurso, o que inviabiliza o consumo consciente, uma vez que todos os condôminos pagam o mesmo valor", pontua o diretor da entidade, Marcos Nery.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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