Registros no SPC crescem 1,36% no mês de fevereiro

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Cenário econômico desacelerou atrasos nos pagamentos

 



Se por um lado a combinação de juros elevados e inflação em alta continua contribuindo para o aumento da inadimplência do consumidor da capital mineira, por outro, o cenário econômico também já tem feito com que as dívidas em atraso sofram desaceleração. De acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), em fevereiro o número de registros junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) cresceu 1,36% em relação ao mesmo mês do ano passado, o menor resultado já registrado para o período, segundo a série histórica do indicador, que teve início em janeiro de 2011.

"A desaceleração no número de pessoas registradas no SPC vem sendo observada desde setembro de 2014. Isso se deve ao fato de estarmos em um contexto econômico negativo, com fraca atividade econômica e queda do consumo e da tomada de crédito", explica a economista da entidade, Ana Paula Bastos.

Na comparação mensal houve queda de 0,84% no número de inadimplentes. Segundo Ana Paula, além do cenário econômico, que tem prejudicado o poder de compra das pessoas, o menor número de dias úteis no mês anterior influenciou o resultado.

Em relação a fevereiro de 2014 houve queda de 2,85% no número de inadimplentes com pendências atrasadas entre 91 e 180 dias. Enquanto isso, a quantidade de devedores com pendências atrasadas entre três e cinco anos mostrou sua maior alta (2,53%) para o mês desde 2013.

Além disso, a inadimplência entre devedores acima de 50 anos cresceu 16,54% no segundo mês de 2015 comparado com o mesmo intervalo de 2014. Entre os jovens com idade de 18 a 24 anos houve queda de 0,45%. "No caso dos 50 anos, é preciso lembrar que são pessoas com orçamento já reduzido em função da aposentadoria, que estão lidando com a alta da inflação somada aos gastos com remédios, empréstimos consignados, planos de saúde mais caros e ainda o sustento das famílias", explica.

Também como conseqüência do atual cenário econômico, os consumidores no mês passado estavam com 2,19 dívidas em atraso. Em janeiro eram 2,17. A economista da entidade lembra que, com juros mais altos, o consumidor tem menos condições de quitar os débitos. Em fevereiro de 2014 o consumidor inadimplente tinha, em média, 2,22 dívidas em atraso.

"Está acontecendo uma desaceleração do consumo na capital mineira. As pessoas estão evitando contrair mais dívidas devido ao cenário econômico de alta de inflação e taxa de juros em patamares maiores", completa.

O número total de dívidas em atraso junto ao SPC da CDL-BH apresentou, na comparação com o mês imediatamente anterior, queda de 0,2% em fevereiro. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior foi verificado aumento de 0,02% no número de dívidas em atraso. "Mesmo que tenha sido o menor crescimento desde fevereiro de 2012 (0,77%), já iniciamos o ano com alta na inadimplência", destaca a economista.

Em fevereiro de 2015, a maioria das dívidas no SPC da entidade da Capital (11,2%) ocorreu na faixa etária acima de 50 anos, com maior concentração no intervalo de 50 a 64 anos. Quanto ao tempo de atraso de dívida, o intervalo que apresentou a maior concentração foi o de 181 a 360 dias (4,15%).



Veículo: Diário do Comércio - MG


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