Ex-presidente do BC esteve em evento realizado pela Secretaria de Estado da Fazenda
O ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles esteve em Florianópolis durante a tarde desta terça-feira e proferiu palestra a auditores, analistas e servidores da Secretaria de Estado da Fazenda. No evento, fez uma leitura do atual cenário econômico brasileiro e, com base nos últimos indicadores, traçou uma perspectiva econômica para os próximos anos. Otimista, ele acredita que o país, embora atravesse hoje um momento de turbulência nas finanças, irá se recuperar nos próximos anos.
Diante de servidores da Secretaria e autoridades políticas catarinenses que ocuparam o Teatro Pedro Ivo, no Centro Administrativo, Meirelles afirmou que a economia deve ter um crescimento “medíocre em 2015, com inflação elevada”.
– Faço esta projeção só para manter o otimismo. Mas hoje a previsão mais realista indicaria, na verdade, um crescimento negativo do PIB – ressaltou o ex-presidente.
De acordo com a estimativa de Meirelles, há três cenários possíveis para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro na próxima década: um pessimista, cujo crescimento seria de 1,2%, um básico, de 2,6%, e um otimista, de 4%.
O ex-presidente prevê que a economia deve voltar a acelerar a partir de terceiro trimestre deste ano e sair da margem negativa as partir de 2016. “No curto prazo, há vários problemas conjunturais. É necessário reduzir a inflação, ajustar o setor externo e aumentar o superávit fiscal”, disse.
Arrecadação tributária preocupa SC
A interpretação da conjuntura nacional de Meirelles, apesar de apostar numa melhora, não dissipa as preocupações do secretário de Estado da Fazenda, Antonio Gavazzoni, para quem a arrecadação tributária está prejudicada. Com isso se complica os recursos destinados ao funcionalismo público.
No início deste ano, SC registrou baixa arrecadação e está se aproximando do limite máximo de gastos com folha de pagamento permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Até dezembro de 2014, o Estado direcionou 47,93% do orçamento para pagar servidores, valor próximo ao limite máximo de 49% e acima do limite prudencial, de 46,55%.
– Nossos indicadores depreciaram nos últimos seis e sete meses. Estamos com uma arrecadação prejudicada. Só que não podemos ficar vendo a arrecadação ser diluída pelo mau humor da economia. Então temos que usar instrumentos para fortalecer o monitoramento e cumprimento das obrigações tributárias. Ou seja, fazer monitoramento diário e evitar crescimento de inadimplência e combater a sonegação – disse Gavazzoni.
Veículo: Diário Catarinense