Dado foi divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 1,32% março deste ano. No acumulado dos últimos 12 meses, o índice chegou a 8,13%, maior alta em 11 anos. Já na comparação da taxa com o mês de março dos anos anteriores, o índice é o maior nos últimos 20 anos. O setor que teve maior impacto no aumento da inflação foi a energia elétrica, que teve alta de 22,08% em março.
O dado foi divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano, o IPCA acumula taxas de 3,83%.
O IPCA, criado com o objetivo de oferecer a variação dos preços no comércio para o público final, reflete o custo de vida de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza, Belém, Distrito Federal e Goiânia. O governo usa o IPCA como referência para verificar se a meta estabelecida para a inflação está sendo cumprida.
Apenas o custo da energia elétrica acumulou inflação de 60,42% no período de 12 meses.
— Esse aumento leva em conta os reajustes extraordinários concedidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) às concessionárias. Também inclui a bandeira tarifária que, neste mês, ficou vermelha — disse a coordenadora de Índice de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.
A bandeira tarifária é um custo extra que o consumidor precisa pagar quando as usinas termelétricas são acionadas para produzir energia. A energia produzida por essas usinas é mais cara do que a produzida pelas usinas hidrelétricas. E como as térmicas estão sendo muito usadas, a bandeira tarifária está vermelha: a mais cara.
A inflação de março também teve impacto dos alimentos, que aumentaram 1,17% no mês.
— Em 2003, a inflação foi mais influenciada pela desvalorização do real. Neste ano, o país também está vivendo uma pressão do dólar. Mas, também, temos realinhamento de preços administrados, como a energia elétrica, e de impostos sobre itens mais caros, como os automóveis — disse Eulina.
Veículo: Diário Catarinense