Índice de preços de alimentos da FAO cai 0,9% em junho, ao menor nível desde 2009

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O índice mensal de preços de alimentos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado nesta quinta-feira (9), caiu 0,9% em junho ante maio, para 165,1 pontos. O indicador continua no menor nível registrado desde 2009 e representa uma queda de 21% em relação ao mesmo mês de 2014. Segundo a FAO, a queda é decorrente sobretudo da desvalorização do açúcar e de produtos lácteos, que mais que contrabalançaram a recuperação do óleo de palma e do trigo.

O Índice de Preços de Alimentos da FAO acompanha cinco grupos de commodities em mercados internacionais: cereais, carnes, laticínios, óleos vegetais e açúcar. A queda foi generalizada, com exceção de carnes.

O grupo do açúcar registrou a maior queda na comparação mensal (6,6%), recuando 12,4 pontos para os 176,8 pontos em junho. A retração acentuada se deve a relatórios que indicam uma produção maior que a prevista na China, o principal país consumidor da commodity, e na Tailândia. Projeções melhores no Brasil, o maior produtor e exportador, também contribuíram. Indicativos de um possível déficit de oferta neste mercado no ciclo 2015/16, após cinco anos consecutivos de superávit não foram suficientes para limitar a pressão de baixa das cotações.

A categoria de lácteos caiu 6,9 pontos, ou 4,1%, para os 160,5 pontos em junho. O leite em pó foi o mais afetado pela fraqueza no mercado global dos produtos lácteos, mas os preços da manteiga e dos queijos também caíram. O fim do sistema de cotas para o leite na União Europeia e a queda nas vendas de laticínios negociados na Nova Zelândia pesam sobre o segmento, juntamente com a incerteza a respeito das importações chinesas e as proibições de comércio determinadas pela Rússia.

Em contrapartida, o índice de cereais registrou a maior alta no período, subindo 2,5 pontos (1,5%), para os 163,2 pontos em Juho. Esta foi a primeira alta mensal registrada desde dezembro de 2014. Ainda assim, os preços estão 33 pontos (17%) abaixo do patamar registrado em junho do ano passado. A alta decorre de avanço de 2% na cotação do trigo, por causa das condições climáticas desfavoráveis em certas regiões produtoras. O arroz, no entanto, continua sob pressão de estoques e das perspectivas benéficas ao seu cultivo ao redor do mundo.

Os preços de óleos vegetais também subiram, 2,1 pontos (1,3%), para 156,2 pontos no mês passado, mas ainda continuam 17% abaixo do nível apurado em junho de 2014. Os óleos de palma e de soja impulsionaram as cotações no período. A maior demanda na China e na Índia e preocupações a respeito do clima seco por causa do El Niño fortaleceram os preços do óleo de palma. O óleo de soja foi beneficiado pela umidade que afeta regiões produtoras.

O índice de carnes ficou praticamente estável aos 169,8 pontos, ante 171 pontos em maio. Os preços da carne de suínos subiram com a alta das cotações na Europa, ao passo em que a carne bovina se desvalorizou por causa da maior oferta em alguns mercados, o que limitou importações. A carne de frango ficou estável no período.



Veículo: A Tarde - BA


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