Inflação oficial vai a 9,56% em 12 meses, maior nível desde 2003

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IPCA teve variação de 0,62% em julho, puxado novamente pela conta de luz; no ano, índice atingiu 6,83%, acima do teto da meta



RIO - A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,62% em julho, ante 0,79% em junho, divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar da desaceleração, que ocorreu em seis dos nove grupos pesquisados, a alta foi a maior para o mês desde 2004. E, mais uma vez, foram as contas de energia elétrica, 4,17% mais caras, que exerceram a principal pressão sobre o índice.

Com o resultado de julho, o IPCA acumula altas de 6,83% no ano e de 9,56% em 12 meses - ambos os maiores patamares desde 2003. As altas são bem superiores ao centro da meta estabelecido pelo governo, de 4,5% ao ano, com variação de dois pontos porcentuais para cima ou para baixo.

A tarifa de energia elétrica respondeu por 0,16 ponto porcentual da alta de 0,62% no IPCA do mês passado. Segundo o IBGE, o avanço foi muito influenciado pelas regiões metropolitanas de Curitiba, onde aumentaram 11,40%, e São Paulo, onde a tarifa teve alta de 11,11%.

A taxa de água e esgoto e o condomínio mais caros também pressionaram o grupo Habitação, que avançou 1,52% em julho. Nas taxas de água e esgoto, o aumento médio foi de 2,44%. O avanço atingiu sete regiões, com destaque para Goiânia, onde a elevação foi de 19,56%.

Com isto, o grupo Habitação ficou com o resultado mais elevado, sendo pressionado ainda pelos artigos de limpeza (0,65%), aluguel residencial (0,49%) e condomínio (0,49%).

Alimentos. O grupo Alimentação e Bebidas também acelerou na passagem de junho para julho: de 0,63%, para 0,65%. Segundo o IBGE, os alimentos consumidos fora de casa subiram 0,77%, mais do que aqueles consumidos nas residências, que avançaram 0,59%.

Na mesa dos brasileiros, ficaram mais caros feijão-mulatinho (8,88%), leite longa vida (3,09%), cebola (2,85%), carnes industrializadas (2,14%), macarrão (1,13%), pão francês (0,82%), entre outros itens. Por outro lado, estão mais baratos tomate (-10,77%), hortaliças (-3,05%) e o óleo de soja (-1,22%).

As mensalidades de plano de saúde também pesaram no bolso: alta de 1,59% em julho. O resultado reflete parte do reajuste de 13,55% concedido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre os contratos individuais e familiares.

No grupo Saúde e Cuidados Pessoais, destacaram-se também os itens Artigos de higiene pessoal (0,92%), Serviços laboratoriais e hospitalares (0,62%) e Serviços médicos e dentários (0,48%). Ainda assim, o grupo desacelerou de 0,91% em junho para 0,84% em julho.



Veículo: Jornal O Estado de S.Paulo


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