Em outubro deste ano, houve retração de 50% na segurança do cliente para comprar. Para a ACSP, as varejistas precisam investir nos 36% que estão indecisos ou seguros para aquisição este ano.
O Índice Nacional de Confiança (INC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) registrou 74 pontos em outubro - cinco a menos sobre setembro. É o valor mais baixo já apontado pela pesquisa desde que começou a ser elaborada, em abril de 2005.
O resultado é a quinta mínima histórica consecutiva. Em outubro de 2014, o INC foi de 148 pontos, ou seja, houve uma queda de 50% de um ano para outro. "A raiz do problema está na área política, que não consegue resolver a questão fiscal, piorando o cenário macroeconômico e afastando investimentos. Por isso, é cada vez mais urgente que todos se unam para encontrar um caminho de saída para a crise", diz o presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti.
A confiança do consumidor paulista permanece em patamar mais baixo em relação ao Brasil, marcando 68 pontos em outubro contra 73 em setembro. Na contramão, está a confiança de quem mora em outras regiões do Sudeste e Norte/Centro Oeste. Na primeira pesquisa, o INC saiu de 72 pontos em setembro para 75 em outubro. Já na segunda o índice foi de 77 para 79.
O Sul, por sua vez, apresentou o pior resultado. O INC da região chegou a 55 pontos ante 77 em setembro. As justificativas são as condições climáticas desfavoráveis (chuvas em excesso), severas dificuldades financeiras do poder público local e enfraquecimento da indústria - o Sul amargou a maior queda industrial em setembro segundo o IBGE. Por fim, a confiança no Nordeste caiu de 87 pontos em setembro para 79 em outubro, revelou o estudo.
Quando analisada as classes socioeconômicas todas apresentaram queda na confiança de setembro para outubro. A classe D/E foi de 84 para 83, a classe C foi de 80 para 73 e a classe A/B foi de 69 para 64.
Situação financeira
De acordo com o INC de outubro, 54% dos brasileiros avaliam como ruim sua situação financeira atual. O mesmo percentual também se sente inseguro em seus empregos.
Em consequência, 64% dos entrevistados estão menos à vontade para comprar eletrodomésticos e móveis. Ao mesmo tempo, 66% não estão à vontade para adquirir casa ou carro. "Resta ao comércio trabalhar em cima dos 36% que estão indecisos ou seguros para comprar eletrodomésticos e móveis e dos 34% que aceitariam investir em um imóvel ou automóvel", diz Burti.
O executivo ressalta ainda que o empresário do varejo não pode se abater. "É preciso investir em ferramentas de marketing e aproveitar as oportunidades da época de fim de ano" diz ele.
Veículo: Jornal DCI