Sem notícias de "peso", moeda norte-americana recuou apenas 0,04%, a R$ 3,8170 na venda ontem.
O dólar fechou perto da estabilidade ontem, acima de R$ 3,80, com investidores adotando cautela em meio a votações sobre o ajuste fiscal no Congresso. E após o Banco Central reforçar intervenção, ao ofertar a moeda com compromisso de recompra.
O dólar recuou apenas 0,04%, a R$ 3,8170 na venda. A moeda norte-americana chegou a cair a R$ 3,7868 na mínima do dia após a divulgação de dados em linha com as expectativas sobre a inflação nos Estados Unidos, mas o movimento perdeu força ao longo da tarde.
"Enquanto não houver alguma notícia de peso, que possa dar novo fôlego ao mercado, o investidor vai hesitar em sair dessas cotações", disse o estrategista de um banco internacional.
O BC ofertou até US$ 500 milhões em leilões de linha na tarde de ontem, que não tiveram objetivo de rolar contratos já existentes. Foram ofertados dólares com data de recompra em 4 de abril e 5 de julho de 2016.
A operação, a quinta do tipo neste mês, também cumpre a função de atender à demanda por dólares típica de fim de ano, relacionada principalmente a exportadores.
O BC também deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em dezembro. Até agora, a autoridade monetária rolou o equivalente a US$ 6,491 bilhões, ou cerca de 60% do lote total, que corresponde a US$ 10,905 bilhões.
O reforço na intervenção vem em dia marcado por votações importantes no Congresso Nacional. A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou, no final da tarde, mudança na meta de superávit primário de 2015, permitindo que o governo possa mostrar déficit primário de até R$ 117 bilhões no ano.
"A aprovação [da meta fiscal deste ano] é positiva, é um motivo para o mercado ficar tranquilo. Mas ainda há muita incerteza à frente, é difícil imaginar o dólar muito mais baixo", disse o operador da corretora Spinelli, José Carlos Amado.
Para o dia, ainda no radar ainda a análise pelo Congresso dos vetos presidenciais às chamadas "pautas-bomba" com destaque para o reajuste dos servidores do Judiciário.
"O clima volta a esquentar em Brasília", disse o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa. "O Banco Central preferiu se antecipar e anunciou mais leilão de linha para evitar eventual pressão do dólar sobre o real".
O dólar chegou a mostrar quedas mais expressivas após os preços aos consumidores nos Estados Unidos subirem em outubro em linha com as expectativas, após dois meses seguidos de queda. Segundo operadores, muitos investidores apostavam que os números seriam mais fortes, desmontando suas apostas após a divulgação dos números.
Ainda assim, continuaram firmes as apostas na elevação dos juros norte-americanos no mês que vem, o que pode atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em países como o Brasil.
"Devemos esperar que o movimento se reverta se a ata do Fed [hoje] for hawkish", afirmou o economista da 4Cast, Pedro Tuesta, referindo-se à ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).
Veículo: Jornal DCI