Analistas esperam aumento da taxa Selic já no próximo mês

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Os economistas voltaram a elevar suas projeções para a taxa básica de juros em 2016, mas agora com alta de 0,5 ponto percentual já em janeiro, e mesmo assim as expectativas de pressão inflacionária continuam elevadas.

Segundo a pesquisa Focus do Banco Central (BC) com instituições financeiras divulgada ontem, a expectativa para a Selic - hoje a 14,25% - no ano que vem passou a 14,75%, contra 14,63% na semana anterior.

O BC vem dando várias sinalizações de que pretende voltar a elevar os juros em breve, em meio à piora das expectativas de inflação. Com isso, os economistas consultados pelo BC passaram a ver alta de 0,5 ponto percentual em janeiro, contra expectativa anterior de manutenção no atual patamar de 14,25%.

Depois, o Focus mostra que a expectativa é de mais duas altas de 0,25 ponto em seguida, com a Selic então caindo a 14,75% em dezembro. O mercado futuro de juros, por sua vez, enxerga pelo menos três altas de 0,50 ponto em 2016, a primeira a partir do próximo mês, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se reúne novamente.

Com relação à inflação, a pesquisa semanal feita com uma centena de economistas mostrou elevação pela terceira semana seguida da projeção para a alta do IPCA no final de 2016, atingindo 6,87%, sobre 6,80% antes.

Houve também mais uma vez alta na expectativa para 2015, com o avanço do IPCA estimado agora em 10,7%, 0,09 ponto percentual a mais do que no levantamento anterior.

Em ambos os casos a inflação estouraria o teto da meta, que é de 4,5% pelo IPCA, com tolerância de dois pontos percentuais para mais ou para menos (2,5% a 6,5%).

O IPCA-15, prévia da inflação oficial, encerrou 2015 com alta acumulada em 12 meses de 10,71%, maior taxa anual desde 2002.

Para 2017 o cenário também piorou, com a expectativa de alta do IPCA chegando a 5,1%, contra 5,10%.

Na semana passada, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou que o objetivo é fazer a inflação convergir para o centro da meta também de 4,5% em 2017, ficando no limite de tolerância do regime de metas em 2016.

Esse cenário de forte recessão agravado pelo quadro fiscal e incertezas políticas levou na semana passada a agência de classificação de risco Fitch a retirar o selo de bom pagador do Brasil, indicando que pode levar o país ainda mais fundo no território especulativo - foi a segunda agência a rebaixar o rating soberano.

Retração do PIB, confiança abalada e contas públicas em deterioração que Nelson Barbosa assume o Ministério da Fazenda no lugar de Joaquim Levy.

 



Veículo: Jornal DCI


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