O quadro econômico brasileiro deve melhorar caso ajustes fiscais, como o aumento da desvinculação de receitas e a reforma da previdência, sejam realizados, avaliam economistas do Itaú Unibanco.
Com as medidas, que também incluem a aprovação de um teto para as despesas públicas, os gastos do governo central começariam a cair em dois anos. A queda aconteceria mesmo que o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) não supere 1%.
Sem os ajustes fiscais, por outro lado, a economia do País precisaria crescer 3% ao ano para manter os gastos do governo estáveis em relação ao tamanho do PIB.
As perspectivas foram apresentadas, na quarta-feira, pelos economistas do Itaú Felipe Salles e Caio Megale. Segundo eles, a economia do País ainda não atingiu o fundo do poço.
"Enquanto alguns setores já começam a se recuperar, outros começaram a ser afetados pela crise neste ano", afirmou Megale. De acordo com o economista, alguns ramos da indústria já estariam começando uma retomada. Já áreas relacionadas a serviços, como entretenimento, passaram a ter problemas só em 2016.
Para Salles, o mercado de trabalho deve continuar perdendo força nos próximos meses, com novas altas do desemprego. "O emprego é o último vagão do trem, vai melhorar depois que a economia estiver estável", explicou.
Salles destacou, entretanto, o ajuste nas contas externas, favorecido pelo crescimento da balança comercial e pelo recuo do déficit em transações correntes neste ano.
As previsões do banco para 2016 foram mantidas, ainda que os ajustes possam levar a alterações nos próximos meses. Segundo o Itaú, a taxa básica de juros (Selic) deve encerrar o ano em 12,25%. A inflação oficial (IPCA) deve cair para 6,9% e o desemprego (PNAD), avançar para 12,5%. Já o PIB brasileiro deve ter retração de 4% em 2016.
Veículo: Jornal DCI