A divulgação de dados econômicos melhores que o esperado foi determinante para a Bovespa a fechar ontem em alta de 1,12%, aos 49.012,65 pontos. Além dos números melhores da economia doméstica, uma vitória do governo em comissão especial da Câmara foi importante para aumentar a atratividade das ações. O baixo volume de negócios no primeiro pregão de junho, no entanto, mostra que a cautela ainda prevalece nos negócios. Foram movimentados R$ 5,7 bilhões, contra R$ 6,6 bilhões da média diária de maio e R$ 8,3 bilhões da média de abril.
A principal notícia da tarde foi a aprovação, em comissão especial da Câmara, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prorroga a Desvinculação de Receitas da União (DRU) até 2023 A DRU dá mais liberdade ao governo no uso das receitas obtidas por meio de tributos federais vinculados por lei a fundos ou despesas. Além do benefício em termos fiscais, a aprovação na comissão mostrou força do governo Michel Temer, ao conseguir um placar de 20 votos a favor e quatro contra.
Outra notícia de destaque da tarde foi o superávit de US$ 6,437 bilhões da balança comercial e maio. O resultado ficou acima do teto das projeções do mercado. Pela manhã, o mercado já havia recebido positivamente a queda de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano, na comparação com o quarto trimestre de 2015. O resultado veio no teto do intervalo de estimativas do mercado.
A Bovespa, que iniciou o dia hesitante, por conta do baixo volume de negócios, só engrenou uma alta consistente à tarde, após a aprovação da DRU. Segundo profissionais do mercado, essa melhora no cenário interno favoreceu uma melhora generalizada na bolsa, mas pôde ser percebida principalmente nas blue chips. As ações da Petrobras acabaram por se firmar em alta, apesar do movimento volátil do petróleo ao longo do dia.
Os papéis da estatal brasileira terminaram o dia em alta de 2,26% (ON) e de 1,74% (PN). Vale ON subiu 1,48% e Vale PNA, 0,89%.
A alta da Bovespa foi sustentada em grande parte pela recuperação das ações do setor financeiro, que na véspera haviam sido “contaminadas” pelos papéis do Bradesco. A reação negativa foi gerada pela notícia do indiciamento do presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, em inquérito da Operação Zelotes. Após o banco vir a público em defesa do presidente e dos executivos também indiciados, Bradesco PN fechou em alta de 1,84%. Na véspera, tinha caído 5%.
Entre as ações que compõem o Ibovespa, as maiores altas ficaram com Qualicorp ON (+7,15%) e Natura ON (+5,77%). As maiores quedas foram de CSN ON (-2,60%) e Suzano PAN (-1,91%), esta última afetada pelo incêndio na fábrica de Suzano, na Grande São Paulo. Com o resultado de ontem, o índice passa a acumular alta de 13,07% em 2016.
Dólar - O dólar recuou frente o real nesta quarta-feira, pressionado por sinais mais fracos que o esperado da economia norte-americana e pela percepção de um risco político menor no Brasil. “Os investidores reagiram no final do dia à desaceleração em maio das vendas de veículos nos Estados Unidos”, disse João Corrêa, da SLW corretora. “Isso é ruim para o aumento de juros pelo Fed, porque revela que a economia americana tem alguns dados bons, mas a maioria deles é modesta, como destacou o Livro Bege hoje”, comentou Corrêa.
No fechamento, o dólar à vista caiu 0,54%, aos R$ 3,5917 no balcão. Durante o dia, oscilou de R$ 3,5862 a R$ 3,6336. O giro total registrado somava cerca de US$ 1,434 bilhão. No mercado futuro, o dólar para julho recuava 0,43%, aos R$ 3,6275. O volume financeiro movimentado com esse contrato somou cerca de US$ 11,979 bilhões. Durante a sessão, variou da mínima de R$ 3,6185 à máxima de R$ 3,6685.
Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG