São Paulo - Um dos setores mais resilientes à crise, o comércio eletrônico começou a sentir os efeitos da recessão. No primeiro trimestre deste ano, só no Estado de São Paulo, o faturamento do setor recuou 7,4% na comparação anual, somando R$ 3,6 bilhões.
A cifra, que já desconta a inflação no período, aponta que, em 12 meses, o setor acumula queda de 2,7%. Os números fazem parte de uma pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Segundo a assessoria econômica da Federação, a retração do comércio eletrônico pode ser explicada, dentre outros fatores, pelo fato de muitas das atividades que mais estão sofrendo com a crise, como vestuário e calçados e eletrodomésticos e eletrônicos, serem exatamente as com maior participação no varejo online.
A participação do e-commerce nas vendas do varejo paulista também caiu e passou de 3,6% nos primeiros três meses de 2015 para 3,3% no primeiro trimestre deste ano, de acordo com o levantamento. Já o número de pedidos online no Estado atingiu 9,529 milhões, ante os 10,267 milhões registrados em janeiro, fevereiro e março do ano passado.
Por outro lado, o tíquete médio (faturamento por pedido) ficou praticamente estável na comparação com o primeiro trimestre de 2015 e apresentou os mesmos R$ 378. Nos três meses iniciais de 2014, porém, o valor era 9,1% menor (R$ 344).
Para a FecomercioSP, uma das razões para o aumento no valor médio de faturamento por pedido em dois anos é o fato de as vendas do e-commerce terem se concentrado em itens de maior valor. Além disso, a crise econômica pode ter freado a migração das camadas de menor renda para esse canal de compras. E, com a maior participação das faixas de maior renda, o valor do tíquete médio mantém-se alto.
Por região
O comércio eletrônico na cidade de São Paulo fechou o primeiro trimestre de 2016 com faturamento real de R$ 1,3 bilhão, queda de 5,8% se comparado com o mesmo período do ano passado.
Em relação ao número de pedidos na capital, foram registrados mais de 3,8 milhões, com gasto médio de R$ 340, ante R$ 353 no primeiro trimestre de 2015.
De acordo com a Federação, embora a capital tenha sido a região que mais se destacou com maior volume de pedidos, o tíquete médio foi o menor dentre as 16 regiões. A participação do e-commerce nas vendas do varejo, por sua vez, atingiu 4,2%, a segunda maior entre todas as regiões, ficando atrás apenas da registrada no ABCD (4,5%).
Veículo: DCI