Déficit fiscal vai superar R$ 100 bi

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Secretário da Fazenda não descarta um novo rombo em 2018


A meta fiscal do ano que vem vai prever déficit superior a R$ 100 bilhões. E o governo não descarta novo rombo nas contas públicas em 2018. -BRASÍLIA- O rombo das contas públicas em 2017 ficará acima de R$ 100 bilhões, afirmou ontem o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira. O número, que será fechado nos próximos dias, será encaminhado ao Congresso na semana que vem:

 — Será acima de R$ 100 bilhões. A discussão está bem aprofundada. O cenário não é fácil.

Já o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, disse ao GLOBO que o importante é que a meta fiscal do ano que vem seja menor que a deste ano, de R$ 170,5 bilhões. Para 2018, Mansueto não descarta um novo resultado negativo, mas diz que o número precisa mostrar uma melhora gradual. Segundo o secretário, se 2018 voltar a registrar déficit, o que depende do comportamento da economia, 2019 será o ano da virada:

— Não quero cravar um números. Mas haja o que houver, em 2017, o resultado primário tem de ser necessariamente melhor que o de 2016 e, em 2018, terá de ser melhor que o de 2017. Se tudo correr bem, você terá um superávit em 2018. Mas, se tiver um déficit, será menor que o observado em 2017. E você faz a virada de 2018 para 2019.

Conforme interlocutores do Ministério da Fazenda, a maior preocupação do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, é justamente que o déficit previsto para 2017 não seja pior e nem igual ao de 2016. Isso, dizem os técnicos, agravaria as expectativas do mercado. Os cálculos ainda estão sendo fechados, mas a meta poderia ficar próxima de um rombo de R$ 140 bilhões. EM MAIO, UM ROMBO DE R$ 18,1 BI Após registrarem um alívio sazonal em abril, as contas públicas voltaram aos resultados historicamente ruins. Conforme dados apresentados ontem pelo Banco Central (BC), o setor público consolidado (que inclui governo federal, estados, municípios e estatais) registrou um déficit primário de R$ 18,1 bilhões em maio, o pior patamar para o mês em 15 anos — desde o início da série histórica, em dezembro de 2001. Com isso, o rombo acumulado em 12 meses passou a R$ 150,5 bilhões, ou 2,51% do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado também é o pior já registrado no período e se aproxima do previsto pelo governo para o ano, um rombo de R$ 163,9 bilhões.

Já nos primeiros cinco meses de 2016, o déficit acumulado foi de R$ 13,7 bilhões. O chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, considerou o resultado significativo, mas explicou que já se esperavam números piores este ano. Em maio de 2015, o déficit havia sido de R$ 6,9 bilhões, quase três vezes menor. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano passado, o resultado era positivo em R$ 25,5 bilhões.

Com apoio da bancada dos empregadores no Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), o governo conseguiu prolongar o calendário de pagamento do abono (PIS) até 2017. Com isso, metade dos trabalhadores receberá o benefício este ano, e a outra metade, em 2017. O pagamento começa em 28 de julho e termina em 16 de março. A bancada dos trabalhadores votou contra.

A medida ajudará o governo a economizar, este ano, cerca de R$ 7 bilhões. O abono é pago aos trabalhadores que ganham até dois salários mínimos.
 
Veículo: Jornal O Globo


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