Mesmo depois do resultado do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) de maio pior do que as estimativas do mercado financeiro, o Relatório de Mercado Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, voltou a mostrar alívio para o Produto Interno Bruto (PIB).
Pelo documento, a projeção para este ano passou de -3,30% para -3,25%. Esta é a terceira semana em que há uma melhora das previsões, que estavam em -3,44% um mês atrás. Para 2017, a mediana das previsões do mercado melhorou. Estava em +1,00% e agora passou para 1,10% de um levantamento do Focus para o outro.
No mês passado, o BC informou no Relatório Trimestral de Inflação que a sua nova estimativa para o PIB deste ano é de uma retração de 3,3% ante baixa de 3,5% vista na edição anterior do documento divulgado.
As estimativas para a produção industrial mostraram tendências diferentes na pesquisa Focus para este e o próximo ano. Para 2016, a queda prevista ficou mais acentuada agora, passando de uma queda de 5,80% para uma baixa de 5,95%. Já para 2017, a projeção melhorou, passando de uma alta de 0,67% (onde já estava há quatro semanas) para um avanço de 0,77% na atual leitura.
Pioraram as projeções para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB. No caso de 2016, a mediana saiu de 44,00% para 44,40% de uma semana para outra. Um mês atrás, estava em 43,25%. Para 2017 no boletim Focus, as expectativas avançaram de 48,66% para 49,10% ante projeção apontada um mês atrás no patamar de 48,00%.
Em semana de estreia da nova cúpula do Banco Central na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o Relatório de Mercado Focus trouxe estabilidade em praticamente todos os itens revisados semanalmente pelo mercado financeiro. A Selic para 2016 continuou em 13,25% ao ano como na semana passada (estava em 13% um mês atrás) e a para 2017 prosseguiu em 11,00% ao ano pela terceira semana consecutiva. Quatro edições anteriores da pesquisa estava em 11,25% ao ano.
Já a Selic média deste ano ficou estacionada em 14,06% ao ano pela segunda semana seguida, mas a de 2017 mostrou uma alta de 11,67% para 11,75% ao ano, o que pode antecipar uma mudança na mediana nas próximas semanas. Há um mês, a mediana das taxas médias projetadas pelos analistas para 2016 e 2017 era de, respectivamente, 13,97% e 11,67%.
Inflação em desaceleração
De acordo com o documento, a mediana do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2017 saiu de 5,40% para 5 30%. Há um mês estava em 5,50%. Para o IPCA deste ano, as estimativas ficaram congeladas em 7,26%.
A meta de inflação deste e do próximo ano é de 4,50% com tolerância de 2 pontos percentuais em 2016 e de 1,5 pp em 2017 (também em 2018). No Relatório Trimestral de Inflação de junho, o BC informou que projeta inflação de 4,7% para 2017 no cenário de referência e de 5,5% pelo de mercado. Já no caso de 2016, as estimativas são de, respectivamente, 6,9% e 7,00%. No caso do IGP-DI de 2016, a mediana dos analistas recuou de 9,20% na semana passada para 9,15% agora.
Veículo: DCI