Mais agilidade para se adaptar às mudanças na economia, São Paulo, Minas e Rio de Janeiro serão os catalisadores dos negócios quando, finalmente, o fantasma da recessão se afastar do comércio
São Paulo - A tão esperada recuperação do varejo brasileiro deve começar na Região Sudeste, porém sem prazo definido. Motor da economia nacional, a região foi a que apresentou os melhores índices no balanço semestral de vendas do IBGE.
Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo cresceram 1,7%, 1,4% e 0,5, respectivamente em junho, frente ao mês anterior. Apenas o Rio de Janeiro apresentou queda de 1,4% na mesma base de comparação.
"A Região Sudeste tem a maior capacidade de reação entre as regiões do País. Primeiro porque tem a economia mais diversificada e segundo porque é mais sensível ao início de possíveis retomadas (indústria, serviços e comércio), já que é muito forte e chega a representar mais de 60% de toda a economia. Além disso, poucas redes fecharam operações na região, o que nos leva a crer que as lojas, por conta do bom mercado, estão preparadas para a recuperação", explica a CEO da GS&AGR Consultores - Gouvê de Souza, Ana Paula Tozzi.
Para o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomercio MG), Guilherme Almeida, questões inflacionárias também podem impactar nos resultados das vendas dos varejistas nos próximos meses, o que pode acelerar ou diminuir o ritmo de recuperação dos negócios.
"Apesar do processo de desaceleração da inflação, ainda temos, no cenário corrente, ajuste no mercado de trabalho, com conseguinte deterioração do nível de emprego e renda. Isso atinge diretamente o comportamento do consumidor, tornando-o ainda mais cauteloso", opina o especialista.
Na visão de Almeida, o segundo semestre deve contribuir positivamente para que 2017 seja um ano de altas nas vendas dos comerciantes. "Temos fatores sazonais que contribuem para o aumento no volume vendido, como o 13º salário e datas como o Natal. Em linhas gerais, empresários relatam otimismo quanto ao desempenho no período", diz.
Ajuste necessário
De acordo com a gestora de Renda Fixa da Mongeral Aegon Investimentos, Patrícia Pereira, a retomada passa também pelo que ela classifica de "necessário ajuste fiscal" proposto pelo governo do presidente interino Michel Temer.
Fonte: DCI