Análise de dados é vital para a sobrevivência do varejo físico

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Disseminada no e-commerce, tecnologia já é realidade para 5% dos lojistas brasileiros. Nos Estados Unidos, estratégia é adotada por 60% dos varejistas


São Paulo - Analisar o comportamento dos clientes tem se tornado crucial para que o varejo físico consiga encarar a concorrência com o e-commerce. Mais do que isso, especialistas acreditam que lojistas só conseguirão manter suas operações com a ajuda dessa tecnologia.
 
A transferência desse tipo de know-how entre o comércio eletrônico e o varejo off-line não é novidade. Porém, frente às vantagens oferecidas pelo sistema implementado na internet, como maior conversão de vendas, por exemplo, ela tem sido disseminada entre lojas, shoppings e supermercados.
 
"Certamente o sistema de análise de dados e de comportamento do cliente chegará a 100% do varejo físico. O e-commerce traduz esse sistema em maior conversão de vendas e ele está cada vez mais acessível para as lojas off-line. Eu diria que faz parte do futuro do varejo, onde todo negócio de ponta terá de ser multicanal", comenta o CEO da Neoway, empresa especializada na criação de soluções de Inteligência de Mercado, Jaime de Paula.
 
Segundo o especialista, nos Estados Unidos, entre 2010 e 2015, o fluxo de movimentação em todo o varejo físico daquele país caiu 45%. Apesar disso, as vendas no setor aumentaram 15% no mesmo período. Para ele, está claro que o empreendedor norte-americano já entendeu que conhecer o cliente é a melhor estratégia de vendas.
 
"Conheci lojas em que as vitrines, através da tecnologia, liam o movimento dos meus olhos e o direcionamento do que eu apontava. Ou seja, naquele momento ele descobriu o que eu desejo em poucos segundos. Essa informação é bastante poderosa para o lojista", afirma.
 
No Brasil, de acordo com a startup FX Retail Analytics, especializada em tecnologias para o varejo, estima-se que apenas 5% das lojas físicas possuem algum tipo de estratégia para medir, através do fluxo de visitantes, o comportamento dos consumidores. O número é bem menor que no varejo norte-americano, onde a empresa calcula que 90% dos players já tenham adotado o modelo estratégico.
 
Experiência
 
Com a experiência adquira em companhias como B2W e CNova - braço de e-commerce do grupo Casinó -, o empresário Vicente Rezende decidiu investir na disseminação dessa tecnologia no Brasil ao se juntar ao time da FX Retail Analytics. Recentemente, a startup recebeu R$ 8,5 milhões em investimentos para tornar a tecnologia de análise de dados acessível ao varejo físico.
 
"Nós desenvolvemos sensores de avaliação de visitação e comportamento do cliente, que instalados na loja, geram informações e soluções muito importantes para o estabelecimento", diz Rezende. De acordo com ele, atualmente 80% do fluxo de consumidores em lojas não adquire nenhum produto e nada é feito para diminuir esse número.
 
"No e-commerce, você pode avaliar a qualquer momento o canal e setor que não está performando como deveria. Com essa informação, você muda estratégia e pode solucionar qualquer problema nesse sentido. É essa a tecnologia que estamos trazendo para o varejo físico", explica o empresário.
 
Questionado se a tecnologia ainda não seria pouco acessível do ponto de vista financeiro para os pequenos comerciantes, Rezende diz que, no caso da FX Retail, é possível desenvolver soluções para cada tipo e tamanho de varejo.
 
Já Jaime de Paula, da Neoway, discorda. "Essa tecnologia de monitoramento ainda é cara para o pequeno lojista. Acredito que ele terá de esperar a tecnologia ser disseminada e se tornar mais barata". Companhias como a Ancar Ivanhoe, que administra 23 shoppings-centers pelo País, já utilizam os sensores de fluxo para criar campanhas que alcancem os visitantes. "Descobrimos que podemos também aprender com o comportamento digital do cliente para influenciá-lo no mundo off-line", confirma o gerente nacional de Marketing da Ancar Ivanhoe, Diego Marcondes.
 
Fonte: DCI


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