Com melhora de expectativas, Brasil avança em ranking da América Latina

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Confiança em reformas econômicas impulsionou resultado local, mas situação atual segue entre as piores da região; Peru e Paraguai se mantêm no topo da lista e a Argentina segue em oscilação


 
São Paulo - O Brasil subiu 27 pontos no último Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina, impulsionado pela melhora do Índice de Expectativas (IE). Ainda assim, a distância do País para os líderes do ranking é grande.
 
Em julho, o indicador brasileiro foi puxado por um avanço de 54 pontos do IE, que chegou a 144 pontos. Por outro lado, o Índice de Situação Atual (ISA) seguiu no patamar mínimo de 20 pontos. Com isso, o ICE do País alcançou 82 pontos no mês passado, o sexto colocado na América Latina. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da Fundação Getulio Vargas (FGV).
 
"Ainda que, hoje, a situação econômica não apresente nenhum forte sinal de recuperação, existe uma grande expectativa sobre o futuro por causa de fatores políticos", afirmou Lia Valls, pesquisadora da área de economia aplicada do IBRE/FGV .
 
Segundo a especialista, os analistas consultados para o levantamento acreditam que a efetivação de Michel Temer na presidência vai acelerar a realização de reformas estruturais. "Esse movimento diluiria as incertezas e melhoraria nosso cenário geral", disse ela.
 
A trajetória recente do Brasil é semelhante àquela realizada pela Argentina antes das eleições do ano passado. Conforme a possibilidade de vitória de Maurício Macri crescia, o IE do país avançava. Entretanto, a confirmação do empresário como chefe de estado não ajudou o ISA argentino.
 
"A perspectiva de uma mudança de rumo também melhorou as expectativas na Argentina, mas esse avanço não dura para sempre: se as melhoras econômicas não acontecem de verdade, o ICE volta a cair", analisou Lia. Entre janeiro e julho, tanto o IE quanto o ISA argentinos recuaram.
 
No mês passado, o índice de expectativas ficou em 150 pontos e o índice de situação atual diminuiu para 50 pontos. Assim, o indicador daquele país ficou em 100 pontos.
 
A tabela de julho também teve a manutenção de Peru (134) e Paraguai (127) nas duas primeiras posições do ranking. De acordo com Lia, o feito é possível graças à impressão de que os países seguirão com crescimento econômico acima da média na América Latina.
 
Também chamam atenção os resultados da Bolívia, que se mantém entre os primeiros colocados há mais de dois anos. Em julho, o ICE local ficou em 100 pontos, com IE de 60 pontos e ISA de 140 pontos, o melhor indicador da região.
 
Na ponta oposta da tabela, a Venezuela segue com as piores avaliações. Em meio a forte recessão econômica, inflação elevada e problemas de abastecimento, o ICE do país está em apenas 28 pontos.
 
Outros continentes
 
Os dados de fora da América Latina mostram oscilações relevantes na China e na União Europeia, disparada indiana e queda do Reino Unido.
 
Em julho, o ICE chinês recuou para 75 pontos, ante 83 em abril. Segundo Lia, o resultado "ruim" é causado por preocupações em relação a uma possível bolha no mercado financeiro local.
 
Também pesariam as dúvidas quanto a transição econômica do país asiático, de um crescimento baseado no investimento para um modelo sustentado pelo consumo.
 
Com 132 pontos, a Índia seguiu na primeira posição entre as maiores economias do mundo. "Eles têm crescimento econômico elevado e ainda contam com muito espaço para se desenvolver", disse Lia.
 
Já na Europa, a saída do Reino Unido do bloco regional não teve grande impacto sobre o ICE da União Europeia, que recuou sete pontos, para 104 pontos. O indicador britânico, por outro lado, despencou de 112 pontos para 63 pontos.
 
Nos Estados Unidos, os números seguem estáveis, em 107 pontos. Segundo Lia, as eleições presidenciais norte-americanas devem ser notadas só no próximo levantamento, que será divulgado em outubro deste ano.
 
Fonte: DCI


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