Ibovespa avança 0,8% com ata do Fed

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Documento do banco central dos Estados Unidos sinaliza que não haverá aumento de juros neste ano


São Paulo - A percepção de que os juros norte-americanos não devem subir neste ano, reforçada pela ata da última reunião do Federal Reserve, deu fôlego, na tarde de ontem, à Bovespa, que fechou na maior pontuação do ano.

Pouco depois da divulgação do documento, os mercados acionários em Wall Street migraram para o território positivo e levaram junto o Ibovespa, que desde então passou a bater máximas diante da perspectiva de que a postergação do aperto monetário nos Estados Unidos mantém o mercado brasileiro atrativo para recursos estrangeiros.

Internamente, a Bovespa também contou com um fator técnico; o vencimento de Ibovespa Futuro. Se por um lado os investidores vendidos levavam a melhor durante a primeira parte do pregão, quando uma onda de realização de lucros predominava nos mercados acionários, após as 15h o jogo virou e os comprados foram favorecidos.

Segundo operadores, o exercício acabou ampliando as variações de queda e alta do Ibovespa ao longo da sessão.

O Ibovespa encerrou o pregão em alta de 0,80%, aos 59.323,82 pontos, na máxima. Este é o maior patamar desde o dia 5 de setembro de 2014 (60.681 pontos). Durante a manhã, quando os mercados acionários em Nova York e no Brasil passavam por um ajuste dos ganhos recentes, o índice à vista bateu mínima aos 58.081 pontos (1,32%). O volume financeiro somou R$ 14,3 bilhões, inflado pelo vencimento de Ibovespa Futuro.

Em reação à ata do Federal Reserve, diante da percepção de uma postura mais dovish do banco central norte-americano, os investidores reduziram suas apostas sobre as chances de um aperto monetário em 2016.

O documento mostrou que os integrantes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed estão divididos entre aumentar a taxa básica de juros no curto prazo. No encontro, realizado em julho, o Fomc decidiu manter a taxa em uma faixa entre 0,25% e 0,50%.

O Fed indicou, na ata, que serão necessários mais dados que mostrem a aceleração da economia americana antes de aumentar novamente as taxas. “A ata tirou a possibilidade de um aumento dos juros americanos já em setembro, e os mercados reagiram bem”, avalia Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais.

Ele destaca que, no caso do Ibovespa, os negócios também foram afetados pelo vencimento de opções sobre o índice ontem.

Segundo dados do CME Group com base nos futuros dos fed funds, as chances de uma alta na reunião de setembro caíram de 18% logo antes da divulgação da ata para 12%. Para novembro, as apostas foram reduzidas de 19,7% para 13,8%. As possibilidade de aperto de dezembro, por sua vez, caiu de 54,2% para 46,7%. A primeira reunião onde as probabilidades de alta superam os 50% é apenas em março de 2017.

Ações - No Ibovespa, as ações da Petrobras terminaram o dia em alta de 1,71% (ON) e 2,16% (PN), favorecidas também pela recuperação dos preços do petróleo. Em alta pelo quinto pregão seguido, os contratos futuros avançaram após o Departamento de Energia dos Estados Unidos (DoE) apontar queda expressiva nos estoques semanais da commodity. O recuo é visto pelos investidores como um alívio do excesso de oferta e ajuda a puxar o petróleo para cima.

Os papéis da Vale, por sua vez, subiram 0,74% (ON) e 0,12% (PNA), a despeito do recuo de 1,1% do preço do minério de ferro no mercado chinês. O insumo é negociado a US$ 61,1 a tonelada seca, de acordo com dados do The Steel Index.

No setor financeiro, Itaú Unibanco PN subiu 1,32%; Bradesco PN, +1,13%; Bradesco ON, +0,60%; Banco do Brasil ON, +0,53%; Santander unit, +1,98%; e BM&FBovespa ON, +1,46%. (AE/FP)

Fonte: Diário do Comércio de Minas


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