Economistas ouvidos semanalmente pelo Banco Central (BC) aumentaram suas projeções para inflação este ano e no próximo e passaram a ver menor corte da taxa básica de juros em 2017, em meio à persistente alta de preços, sobretudo dos alimentos.
O levantamento do BC, divulgado ontem, mostrou que a estimativa para a alta do IPCA este ano subiu para 7,34%, sobre 7,31% na pesquisa anterior, estourando ainda mais a meta do governo, de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.
Ao mesmo tempo, para 2017, as expectativas sobre o IPCA subiram pela primeira vez após dez semanas, para 5,14%, frente a 5,12% do relatório Focus anterior.
Apesar de recentemente ter perdido um pouco da força, os preços dos alimentos continuavam colocando pressão sobre a inflação. O IPCA-15, prévia do indicador oficial, mostrou alta próxima de 9% em 12 meses acumulados até agosto de 2016.
Para a Selic, segundo o Focus, a projeção para o fim de 2017 subiu a 11,25%, sobre 11% na semana anterior, o primeiro movimento de alta após oito semanas de estabilidade.
A estimativa para a taxa básica de juros ao final deste ano foi mantida em 13,75%.
O Top 5, por sua vez, voltou a ver a Selic no fim deste ano a 13,75%, após indicar na semana passada que não haveria corte do juros básico até o fim do ano. Para 2017, a projeção permaneceu em 11,25¨%.
O Comitê de Política Monetária (Copom) a partir de hoje até amanhã para definir o rumo da Selic e a expectativa do mercado em geral, é que seja mantida nos atuais 14,25.
O relatório Focus mostrou ainda que a expectativa dos economistas para a retração do Produto Interno Bruto (PIB) este ano passou a 3,16%, sobre 3,20% na semana anterior. Para 2017, a expansão esperada era de 1,23%, ante alta de 1,20% na semana passada.
Houve ainda forte queda nas projeções de expansão da produção industrial de 2017, para 0,50%, de 1,05%.
Fonte: DCI