Deterioração de emprego e renda afeta consumo das famílias

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Serviços acabam sentido diminuição dos gastos dos brasileiros


RIO - Com a deterioração dos indicadores de emprego e renda, o consumo das famílias teve mais um trimestre de queda — é o sexto seguido —, embora em ritmo menor. O consumo das famílias recuou 5% no segundo trimestre de 2016 em relação a igual período de 2015. No primeiro trimestre, a queda havia sido de 6,3% na comparação com igual período do ano anterior. Em relação ao primeiro trimestre de 2016, o consumo das famílias caiu 0,7%. A perda de 5,7% do consumo das famílias nos quatro trimestres encerrados em junho é a pior taxa da série histórica, inciada em 1996.

Indicadores como juros, inflação e crédito também pesaram no resultado. A Selic se manteve em 14,25% ao ano no segundo trimestre de 2016, contra 13% ao ano no segundo trimestre de 2015. E a inflação medida pelo IPCA ficou em 9,1% ante 8,5% no mesmo período do ano passado.

O componente pela ótima da demanda que mais tem peso na formação do PIB, o consumo das famílias, caiu um pouco menos do que nos trimestres anteriores no segundo tri do ano, destacou Claudia Dionísio, gerente de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE.

Por outro lado, segundo Rebeca, a queda no consumo do governo está ligada à situação fiscal dos governos e não às eleições.

— Não estamos vendo por enquanto efeito da eleição (nos gastos do governo). Até porque teve mudança na forma de financiamento.

O consumo do governo registrou perda de 0,5% do consumo do governo frente ao trimestre anterior.

— Explica esse resultado negativo o crédito restrito por conta dos altos níveis de inadimplência, uma taxa Selic maior do que a registrada no segundo trimestre do ano passado, apesar de ela não ter tido alta este ano ainda, e uma inflação que também está maior do que a desse período no ano passado — explica Claudia.

SETOR DE SERVIÇOS É AFETADO

O setor de serviços teve leve melhora no segundo trimestre, mas continua com desempenho ruim. Na comparação com o segundo trimestre de 2015, os serviços caíram 3,3%. No primeiro trimestre haviam recuado 3,7% na comparação anual.

Além de comércio, que caiu acima da média (- 7,4%), o segmento outros serviços(-4,2%) contribui para o desempenho fraco. Neste segmento estão serviços de alimentação e serviços prestados a empresas, ambos com queda acentuada. No primeiro caso, o recuo reflete o menor contingente de brasileiros que está comendo fora de casa.


— Comer fora de casa ficou mais acara e inibiu esse comportamento — disse Claudia Dionísio.

Entre os serviços prestados a empresas, estão consultorias, contabilidade, vigilância, limpeza etc. Todos estes caíram, segundo Claudia. No segmento de serviços de informação (-3,7%), impressão, telefonia e agências de notícias recuaram. Apenas informática e internet estão positivos.

— Historicamente, nem é tão comum serviços caírem. Eles demoraram mais para cair. Ainda seguravam a economia quando indústria tava caindo. Mas agora estão caindo — disse Rebecca Palis, gerente de Contas Nacionais do IBGE.

Fonte: Portal O globo


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