Vendas recuam em Minas Gerais

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As vendas no varejo em Minas Gerais caíram 0,1% em julho deste ano em relação ao mês anterior, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar de seguir a tendência nacional de queda no comércio, os números do Estado são um pouco melhores que a média do País (-0,3%) e que a taxa de outros 16 estados que mostraram recuo no volume de vendas do varejo. A queda menos acentuada em Minas Gerais se deu pelo desempenho positivo em setores como materiais para escritório, supermercados e artigos farmacêuticos.

De acordo com a pesquisa, a redução de volume de vendas também ocorreu em todo o  País na comparação entre julho deste ano e julho de 2015. A única exceção foi Roraima, que apresentou crescimento de 3,2%. Em Minas Gerais a queda foi de 1,4%, a menor em comparação com os demais estados. Considerando o acumulado de 12 meses, a queda no comércio mineiro foi de 1,6%, mais uma vez menor que a média nacional, que foi de 6,8%. Segundo o estudo, o nível de atividade do comércio mineiro ainda encontra-se 5,2 % abaixo do ponto máximo da série, verificado em novembro de 2014, quando houve queda de 11,9% no comércio no Brasil.

A supervisora de pesquisa econômica do IBGE de Minas Gerais, Cláudia Pinelli, explica que a queda no comércio é uma resposta ao período de crise econômica vivido no País. Segundo ela, as vendas caem principalmente por dois fatores: a alta da inflação e a queda da renda das famílias. “A inflação interfere no preço dos produtos e diminui o poder de compra das famílias, que já estão com sua renda comprometida. A consequência é diminuição do consumo”, diz.

Sobre o desempenho de Minas Gerais no mês de julho deste ano em comparação com o mês anterior, Cláudia Pinelli explica que a queda menos acentuada que outros estados se deve ao bom desempenho de alguns setores do comércio no Estado. O principal deles é o segmento de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, que teve um crescimento de 10,9%. No País, o mesmo setor teve uma queda de 12,9%.

Também se destacou em Minas Gerais o segmento de artigos de uso pessoal e doméstico, que cresceu 9,6%. No Brasil, o setor teve uma queda de 11,6%.

O setor de artigos farmacêuticos, médicos ortopédicos, perfumaria e cosméticos também teve um bom desempenho no Estado com 4,7% de crescimento. O mesmo segmento no Brasil registrou queda de 3,2%. O último setor a se destacar positivamente em Minas Gerais no mês de julho foi o de hipermercados e supermercados, que teve um crescimento de 0,3%. No Brasil o segmento caiu 0,9%.

A pesquisa do IBGE ainda trouxe o desempenho do varejo ampliado, que inclui veículos, motocicletas, peças de automóveis e material de construção. Segundo o estudo, as vendas nesse segmento caíram 10,2%, no Brasil na comparação de julho deste ano com julho de 2015. Em Minas Gerais a queda foi de 7,9% nesse mesmo período. A supervisora explica que a queda mais acentuada no varejo ampliado tem a ver com a crise nos mercados automobilístico e de construção civil e também com a restrição do crédito no País.

Belo Horizonte - Na capital mineira as vendas no comércio varejista também caíram. De acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), o comércio caiu 1,67% no acumulado do ano, na comparação com o mesmo período de 2015. Apesar da queda, a retração é menor do que a observada no mesmo mês do ano anterior (-3,13%). Os dados são do Termômetro de Vendas de julho da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH).

Para o presidente da CDL/BH, Bruno Falci, a queda nas vendas do varejo de Belo Horizonte está diretamente ligada às situação macroeconômica do País. Mas ele está com boas expectativas para este semestre, que contará com a injeção de recursos extras na economia, como a antecipação do 13º salário e a restituição do imposto de renda.

Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas


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