São Paulo e Paris - A Organização para Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) previu, em relatório sobre a perspectiva econômica divulgado nessa quarta-feira (21), que a economia brasileira deve encolher 3,3% no ano atual, não mais 4,3% como apontado nas projeções de junho da entidade. No caso do crescimento mundial, a OCDE espera agora avanço de 2,9%, quando antes previa 3,0%.
Para 2017, a previsão é de que a economia do Brasil encolha 0,3%. Em junho, a expectativa da OCDE era de queda de 1,7% no Produto Interno Bruto (PIB) do País no próximo ano. Em todo o mundo, a projeção de crescimento para 2017 foi reduzida de 3,3% para 3,2%.
Em resposta à decisão do Reino Unido de votar por sua saída da União Europeia, em plebiscito realizado no fim de junho, a OCDE reduziu sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2017, de 2% para 1%. Em 2016, porém, a expectativa melhorou de um avanço de 1,7% para +1,8%. Na Alemanha, a previsão é de alta de 1,8% do PIB neste ano - 0,2 ponto porcentual a mais que em junho - e de 1,5% em 2017 - 0,2 ponto porcentual mais baixo que o calculado em junho.
No caso dos EUA, a projeção para o ano atual caiu de 1,8% para 1,4% e para 2017 ela foi reduzida de 2,2% para 2,1%. Já as projeções para a China foram mantidas: crescimento de 6,5% neste ano e de 6,2% no próximo. A expectativa para a Índia tampouco foi alterada e está em avanço do PIB de 7,4% em 2016 e de 7,5% no ano seguinte.
Globalização - A OCDE alertou ontem que o fracasso em confrontar a “resistência” à globalização irá condenar a economia mundial a cair numa “armadilha de fraco crescimento”,ressaltando que taxas de juros muito baixas ou negativas estão distorcendo os mercados de ativos e ameaçando a estabilidade dos sistemas financeiros.
Os fluxos de bens e serviços entre os países tiveram forte aumento ao longo de décadas, à medida que grandes empresas transferiram parte de sua produção e empregos para o exterior, num processo conhecido como globalização. Desde a crise financeira de 2008, no entanto, os fluxos vêm crescendo em ritmo bem mais lento, em meio a sinais de que companhias estão trazendo a produção de volta para seus países de origem.
Em relatório trimestral sobre a economia mundial, a OCDE avalia que a revitalização do comércio impulsionaria a produtividade e contribuiria para o crescimento global. O apelo da entidade por novas medidas de incentivo ao comércio, porém, vem num momento de crescente ceticismo sobre os benefícios da globalização.
A OCDE, que presta consultoria sobre política econômica a governos, defende que recentes medidas protecionistas sejam revertidas e que as barreiras tarifárias e não tarifárias existentes sejam reduzidas. A entidade também pede a remoção de obstruções a investimentos de empresas no exterior.
Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas