São Paulo - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reafirmou ontem que não há previsão de aumento de impostos tanto neste como no próximo ano. “Neste ano, não se configura a necessidade de aumento de impostos. Todas as projeções que estamos fazendo no relatório bimestral de acompanhamento das contas públicas mostram que não se configura essa necessidade”, comentou Meirelles, antes de dizer que o Orçamento de 2017, igualmente, não contempla reajustes tributários.
Sobre a queda da arrecadação federal, Henrique Meirelles disse que existe uma tendência de recuperação desse recolhimento, em meio à esperada retomada da economia. Ele apontou que, historicamente, no Brasil, quando a atividade está acelerando, a arrecadação cresce mais do que o Produto Interno Bruto (PIB), mas quando a atividade começa a perder força, a arrecadação cai mais do que o PIB.
“Temos perspectiva de crescimento no final deste ano, começo do próximo. As estimativas para o PIB em 2017 estão gradualmente sendo cada vez mais elevadas. Teremos uma recuperação da arrecadação”, comentou.
Meirelles explicou que a proposta de ajuste do governo tem como centro uma redução gradual, mas duradoura dos gastos, e também um aumento de receita temporário via privatizações e concessões, além de outros fatores extraordinários.
“No Brasil, nós tivemos várias vezes estratégias de contenção temporária dos gastos, inclusive via atraso de pagamentos, corte de investimentos. E também, muitas vezes, com uma elevação permanente de carga tributária. Agora, nós não falamos em cortes de despesas drásticos e não sustentáveis”, afirmou.
O ministro explicou que, a partir de 2011, com a adoção da chamada Nova Matriz Econômica, houve uma forte expansão dos gastos públicos, além de limitação de juros e controle artificial de preços, com o objetivo de fazer a economia crescer acima do seu potencial. “Agora, chegou o momento do ajuste”.
Meirelles afirmou que agora a possibilidade de crescimento da economia brasileira começa a se concretizar, mas que, para isso se manter, é preciso aprovar a PEC dos gastos e a reforma da Previdência. “A reforma da Previdência é importante para conter despesas e também para melhorar a produtividade”, salientou.
Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas