Eletrozema deve apurar queda de 9%

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Nos últimos 18 meses, o grupo, sediado em Araxá, fechou 68 lojas e demitiu 2.100 funcionários do setor

 
Há seis meses sem fazer investimentos, o grupo Zema, com sede em Araxá, no Alto Paranaíba, amarga em 2016 os efeitos da recessão econômica que atinge o País. Um dos braços da companhia que vem sofrendo o maior impacto com a crise é o varejo, representado pela Eletrozema, rede de eletroeletrônicos e móveis.
 
Nos últimos 18 meses, só neste segmento foram fechadas 68 lojas e demitidos 2.100 funcionários. A área, que antes previa um faturamento semelhante ao de 2015, agora estima uma retração em 9%. Vale ressaltar que, no ano passado, o varejo já havia tido recuo de 11%.
 
De janeiro até agosto, segundo o presidente da empresa, Romeu Zema, a Eletrozema viu suas vendas diminuírem em 14% na comparação com o mesmo período do ano passado.
 
Até o fim do ano, o dirigente acredita, no entanto, que haja uma ligeira melhora e a redução seja atenuada. A perspectiva é motivada pelo resultado de setembro, quando o varejo apresentou estabilidade, após sucessivas quedas nos meses anteriores. Entretanto, ela não é suficiente para minimizar o pessimismo do empresário.
 
“A melhora que nós estamos assistindo é uma coisa muito incipiente. Nem sei exatamente se podemos falar em melhoria. Parou de piorar. Não dá para afirmar que estamos revertendo ainda”, disse Zema, ainda desconfiado quanto ao quadro econômico brasileiro.
Mesmo com o desempenho muito aquém das expectativas para o varejo, a empresa prevê um crescimento global nominal de 10% (sem o desconto da inflação) do faturamento para este ano, o que em cifras seriam R$ 3,63 bilhões.
 
As esperanças do grupo para alcançar a meta se sustentam na evolução da área de distribuição de combustíveis, que, apesar de em um ritmo menor do que no ano passado, vem registrando em 2016 uma alta média de 28% tanto nas vendas, quanto na receita. Em 2015, a Zema Petróleo havia obtido um incremento de 42% no faturamento e 23% na comercialização do produto.
 
“É o pior momento. O que o último governo fez foi promover um total descontrole da economia. A indústria automobilística, por exemplo, talvez leve dez anos para produzir o que produzia há três. Mas parece que o novo governo, pelo menos nos planos e intenções, está no rumo certo. Agora vai depender do Congresso sacramentar essas mudanças”, avalia o presidente do grupo.
 
Segundo o empresário, o maior desafio da Zema hoje é administrar os custos com a expressiva queda na receita. Nos últimos oito meses, enquanto as vendas no varejo caíram 14%, a companhia precisou absorver reajustes de salários de trabalhadores, da tarifa de energia elétrica, aumento no preço do frete e elevação da taxa de juros. Com isso, não houve espaço para novos investimentos.
 
Os esforços da empresa, agora, estão em fazer o necessário para sobreviver no mercado atual, de acordo com o presidente. No início do ano, o grupo Zema já fazia um levantamento para avaliar a viabilidade de suas unidades no varejo com o intuito de reduzir custos e se manter competitiva.
 
Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas


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