Lojas tentam zerar estoque até a Black Friday

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Redes como Casas Bahia, Magazine Luiza e Ricardo Eletro aceleram liquidação de itens antigos para se dedicar à segunda data mais importante no varejo, depois do Natal, com produtos atuais


 
São Paulo - Com o foco total na grande liquidação anual do comércio, a Black Friday, que acontece no final de novembro, as principais varejistas de eletroeletrônicos aceleram as promoções de produtos antigos para limpar o estoque e se concentrar nas novidades procuradas pelos consumidores.
 
Lojas como Casas Bahia, Magazine Luiza e Ricardo Eletro já lançaram campanhas para atrair clientes e desovar itens armazenados, a fim de negociar junto às indústrias os preços daqueles mais modernos e cobiçados, no período promocional. Segundo a especialista em varejo e CEO da GS&AGR Consultores - Gouvêa de Souza -, Ana Paula Tozzi, a medida é comum e visa equilibrar os estoques antes da Black Friday, quando a movimento chega a triplicar. "As lojas sabem que não adianta colocar produtos fora de linha na promoção. O cliente quer comprar itens inovadores e com desconto. Como o volume de vendas na Black Friday é muito grande, exige-se um plano estratégico para que os estoques não estejam nem acima e nem abaixo do ideal", explica.
 
Devido à crise que atinge o varejo brasileiro desde o ano passado, as vendas recuaram e o nível dos estoques ficou mais alto. Para Tozzi, as promoções pontuais, como as que as redes têm praticado, servem para desovar estes produtos.
 
"É preciso ter cuidado, no entanto, com os itens que estarão em promoção. Pois quando se trata de um bem durável, como uma tevê ou smartphone, por exemplo, a frequência de compra é bem menor. É preciso alinhar com a indústria, que tem tecnologia para estudar essa questão, para que a seleção seja a mais correta."
 
Promoções
 
De acordo com um estudo realizado pela Hello Research, dos clientes que adquiram um bem durável neste ano, 57% deles estavam aproveitando a promoção de alguma loja. Em 2014, entretanto, o índice era de apenas 51%.
 
Na última sexta-feira (30), a Casas Bahia anunciou uma nova liquidação com o nome de "preço popular", onde o consumidor pode negociar diretamente com o vendedor da loja o preço do produto e as condições de pagamento.
 
"Obviamente que o atual cenário macroeconômico traz um desafio para todo o varejo, e isso nos estimula a uma busca constante para sermos a melhor opção e atender às necessidades e anseios dos clientes", diz em nota, a assessoria de imprensa da Casas Bahia.
 
A medida promocional também pode estar atrelada a oportunidade de aceleração da recuperação do setor, já que no segundo trimestre deste ano, apesar do cenário desfavorável, a Via Varejo, controladora da bandeira, registrou crescimento de 2,6% nas vendas totais no segmento mesmas lojas, em comparação com mesmo período de 2015.
 
O concorrente Ricardo Eletro é outro que tem buscado queimar seus estoques.
 
A companhia lançou recentemente uma campanha que desafia o consumidor a tirar uma "selfie" com cartazes de preços de lojas concorrentes. Com a imagem, a rede se compromete a fazer uma oferta melhor para o cliente.
 
Outra que aposta no modelo de liquidação é a Magazine Luiza, que convidou o consumidor a envolver o seu próprio smartphone na troca de um novo aparelho.
 
"Oferecemos, em média, entre R$ 250 e R$ 300 pelo produto do cliente. No entanto, o valor pode chegar até R$ 1 mil, dependendo do estado de conservação e da tecnologia do celular dele", contou ao DCI a coordenadora comercial do varejista, Juliana Pereira.
 
Fonte: DCI


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