Reformas levarão o País a uma fase mais próspera, diz diretora do FMI

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Lagarde afirma que recuperação brasileira é essencial para a região



A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, elogiou as reformas que o Brasil está debatendo, como o ajuste fiscal, com a criação de um teto para as despesas públicas, e a reforma da Previdência. Ela afirmou que o País pode restabelecer a estabilidade e voltar a uma fase mais próspera.

"O que vemos é um país enorme da América Latina que está entrando em um território positivo, em um momento diferente da antiga contração que havíamos observado", disse. "Constatamos que, neste momento, estão sendo debatidas políticas, algumas delas fiscais e outras reformas estruturais, que, na nossa opinião, estabilizarão o País e o levarão a uma situação mais próspera."

Ela afirmou que a recuperação do Brasil é fundamental para toda a região, lembrando que a previsão é que a América latina tenha recessão de 0,6% neste ano, puxada pelo Brasil e pela Venezuela. O FMI estima para o Brasil uma retração de 3,3% neste ano e um crescimento de 0,5% em 2017. Questionada sobre as diferenças de previsões - ontem, o Banco Mundial estimou recessão de 3,2% no Brasil neste ano e alta de 1,1% para 2017 -, Lagarde afirmou que isso se deve a metodologias e referências diferentes que são utilizadas por cada instituição.

O crescimento da economia mundial segue decepcionante, e a esperada aceleração deve ser puxada pelos países emergentes, avaliou Lagarde, em sua "Agenda de Política Econômica", documento divulgado em Washington. A dirigente também alerta para o "sério risco" que um recuo na globalização e no multilateralismo oferece para o planeta.

Nos países avançados, a baixa demanda e o fraco crescimento da produtividade têm comprometido a expansão de algumas economias. Já nos emergentes, Lagarde destaca que "grandes e estressadas economias" vêm mostrando sinais de melhora.

"Resolver a queda da demanda em alguns países continua a ser uma prioridade", afirma o documento. Lagarde volta a cobrar mais esforço dos governos para estimular o crescimento, com a combinação de políticas fiscais, monetárias e estruturais e maior esforço de cooperação internacional. "Um recuo na globalização e no multilateralismo é um sério risco em um tempo em que a cooperação e coordenação internacional são mais necessários do que nunca", afirma Lagarde no documento.

Nos últimos dias, o FMI vem alertando sobre as consequências negativas do aumento do protecionismo comercial, que pode provocar nova piora da atividade econômica mundial. O alerta vem em meio à saída do Reino Unido da União Europeia e da promessa do candidato à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, de cancelar acordos comerciais feitos por Washington. A diretora do FMI também reforça a preocupação com os riscos do alto endividamento das empresas, sobretudo nos emergentes, que podem trazer vulnerabilidades. Os passivos do setor não financeiro registraram crescimento acelerado nos últimos anos, batendo em US$ 152 trilhões em 2015, segundo dados divulgados pelo FMI, o equivalente a 225% PIB mundial.

Oito governadores negociam alternativas à situação financeira dos estados

O governador José Ivo Sartori reuniu-se com o presidente Michel Temer, na manhã desta quinta-feira, para tratar das alternativas à situação financeira dos estados. O governador gaúcho foi recebido no Palácio do Planalto, juntamente com os governadores Luiz Fernando Pezão, do Rio de Janeiro; Geraldo Alckmin, de São Paulo; Fernando Pimentel, de Minas Gerais; Paulo Hartung, do Espírito Santo; Renan Filho, de Alagoas; Raimundo Colombo, de Santa Caratina; e Rodrigo Rollemberg, do Distrito Federal.
Sartori destacou a necessidade de recuperar a capacidade de investimento em áreas essenciais, como segurança, saúde e educação. "A verdade dói, mas é a realidade, e nós estamos sendo transparentes desde o início do nosso governo. Não é justo penalizar a sociedade. Reconhecemos as dificuldades, mas precisamos construir alternativas que permitam, entre outras questões, pagar em dia o funcionalismo", destacou o governador.

Segundo o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, a ideia é elaborar uma proposta conjunta a ser apresentada às Assembleias Legislativas. "Faremos uma reunião com todos governadores para reunir dados e, a partir de um documento, formar um posicionamento nosso, de apoio para que evolua a reforma da Previdência e para que se equilibrem as contas públicas a médio e longo prazo", disse Colombo, referindo-se à reunião do dia 13 na residência oficial do governo do Distrito Federal. "Nesse dia, apresentaremos os estudos básicos, com cada estado apresentando sua realidade e seu déficit", acrescentou Colombo.
A questão previdenciária também foi tratada durante a reunião com Temer. "Destaquei que o enfrentamento do déficit previdenciário é crucial para a melhoria das contas públicas. Estamos na frente, com a implementação da Previdência Complementar", afirmou Sartori, ao alertar que essa despesa é muito superior aos investimentos em saúde, segurança ou o próprio contrato da dívida com a União. Em 2016, o déficit previdenciário deve bater na casa dos R$ 9 bilhões Estado.

O governador gaúcho aproveitou a oportunidade para protocolar um ofício, endereçado ao ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, solicitando a inclusão de obras no Projeto de Lei Orçamentária de 2017. São intervenções em rodovias federais importantes para o Estado, que estão em ritmo lento ou paradas e necessitam de recursos para conclusão.

As obras são em vias utilizadas para a movimentação dos portos de Pelotas e Rio Grande, como a duplicação do trecho rodoviário Rio Grande/Pelotas, na BR-392; a adequação do trecho entre a BR-116, em Guaíba, até o entroncamento com a BR-471, em Pantano Grande; e a BR-290. O trecho de Bom Jesus até a divisa com Santa Catarina, BR-285, necessita de recursos para pavimentação.



Veículo: Jornal do Comércio - RS


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