Em 12 meses, a inflação da terceira idade ficou ligeiramente maior que a da média dos consumidores
RIO - A inflação percebida pelos idosos encerrou o terceiro trimestre de 2016 com alta de 0,67%, abaixo da taxa de 1,64% apurada no segundo trimestre. É o que mostrou o Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade (IPC-3i) anunciado há pouco pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Em 12 meses, a taxa acumulada foi de 8,11%.
O resultado do IPC-3i no terceiro trimestre ficou abaixo, no mesmo período, do Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-BR), que mede a inflação em todas as faixas etárias. A inflação medida pelo IPC-BR subiu 0,76% de julho a setembro. Em 12 meses, entretanto, a inflação da terceira idade ficou ligeiramente maior que a da média dos consumidores, que avançou 8,10%.
Na passagem do segundo para o terceiro trimestre, cinco das oito classes de despesa investigadas tiveram taxas de variação menores. A principal contribuição para a desaceleração do índice partiu do grupo Saúde e Cuidados Pessoais, que passou de 4,84% no segundo trimestre para 1,82% no terceiro trimestre. O item de maior influência foi medicamentos em geral, que aumentou 0,23% no terceiro trimestre, após elevação de 10,19% no trimestre anterior.
Também contribuíram para a taxa menor do IPC-3i os grupos Alimentação (de 1,00% no segundo trimestre para -0,22% no terceiro trimestre), Habitação (de 1,29% para 0,72%), Despesas Diversas (de 3,92% para 0,39%) e Vestuário (de 2,09% para 0,31%). Os principais destaques foram hortaliças e legumes (de -5,01% para -28,20%), taxa de água e esgoto residencial (de 7,44% para 0,26%), cigarros (de 8,91% para -2,06%) e roupas (de 2,26% para 0,11%).
Na direção oposta, houve aumento nos gastos com Educação, Leitura e Recreação (de -0,96% para 1,34%), Transportes (de -0,20% para 0,22%) e Comunicação (de 0,38% para 0,52%), sob influência de itens como excursão e tour (de -9,24% para -2,05%), etanol (de -16,51% para 0,46%) e mensalidade para TV por assinatura (de 0,00% para 1,32%).
O IPC-3i representa o cenário de preços sentido em famílias com pelo menos 50% dos indivíduos de 60 anos ou mais de idade e renda mensal entre um e 33 salários mínimos.
Fonte: Jornal O Estado de São Paulo