Oferta de hortrifrútis deve melhorar no próximo ano

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Produção de tomates no interior de SP; preços de hortifrútis devem pressionar menos a inflação no primeiro semestre Com o fenômeno La Niña mais fraco e a previsão de clima mais úmido ao longo deste verão, os principais hortifrútis consumidos pelos brasileiros devem apresentar melhores condições de desenvolvimento. Isso significa oferta maior e preços mais baixos no início de 2017 para esses produtos. "Tudo indica que a pressão que se viu na inflação no primeiro semestre de 2016 não deva ser tão forte no início de 2017", afirma a pesquisadora do Cepea, Margarete Boteon.

 

Dos cinco hortifrútis com maior peso no IPCA (alface, batata, cebola, cenoura e tomate), três apresentaram aumento de área no plantio no país em 2016 e um ficou estável, o que deve impactar a oferta dos próximos meses. No caso da batata, que atingiu o preço recorde de R$ 200,16 a saca na Ceagesp em junho de 2016, o Cepea estima um aumento de área de 5,91%. No caso da cebola, esse aumento foi de 4,4%, seguido da cenoura, com 3,29%. Já a alface ficou estável enquanto o tomate registrou redução de 2,93% na área plantada.

 

O aumento da área de plantio de batata foi puxado ainda pelo incremento no consumo da indústria de produto pré-frito e congelado, com uma expansão de 30% na área destinada ao setor. João Emílio Rocheto, presidente da Bem Brasil, empresa que concentra 25% da produção nacional de batata pré-frita, diz que deve elevar em 120 mil toneladas suas aquisições do tubérculo. "Com os preços mais altos, o produtor se animou e está plantando esses 5% a mais. Se o clima se mantiver normal, a tendência é termos um período de preços mais baixos", estima.

 

Outro destaque é a cebola. Segundo o Cepea, as chuvas ocorridas até novembro deste ano foram benéficas à produção no Sul o que, somado ao aumento de área de 4,4%, deve ampliar a produtividade e a qualidade dos bulbos no início de 2017. No caso da cenoura, a área foi expandida em 3,29%, com casos de doenças menos frequentes até o início de dezembro devido às chuvas mais moderadas. Apesar da redução da área plantada de tomate, o Cepea estima que a produtividade pode ser favorecida pelo clima "típico" de verão. "Caso as previsões de área e de clima se confirmem, a oferta no verão 2016/17 deverá ser mais regular em comparação a 2015/16, que começou com baixo volume de tomate e encerrou com o mercado saturado, o que impactou fortemente os preços", destaca o órgão.

 

Os meteorologistas, contudo, alertam para a vulnerabilidade dessas culturas para as intempéries, embora reafirmem o cenário mais estável nos próximos meses se comparados ao início de 2016. "O mês de janeiro e março podem ser mais complicados porque a expectativa é de chuva acima da média, o que, para hortaliças, pode ser um problema", afirma Patrícia Madeira, meteorologista da Climatempo. Apesar disso, a meteorologista observa que, por serem de ciclo curto, as culturas potencialmente prejudicadas devem se recuperar já em fevereiro. "Essas culturas sofrem um pouco, mas não chega a uma quebra geral ou ser um ciclo tão ruim quanto o verão passado", acrescenta.

 

 

Por Cleyton Vilarino

 

 

Fonte: Valor Econômico

 

 

 


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