São Paulo - A disposição dos brasileiros em fazer compras nos próximos meses segue pressionada pelas condições adversas da economia. A expectativa do Instituto para Desenvolvimento do Varejo é que o indicador encolha 2% este mês e outros 0,2% em fevereiro. Os números fazem parte do Índice Antecedente de Vendas do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IAV-IDV) e apontam que, em dezembro de 2016, houve queda real (já descontada a inflação) de 3,5%, em comparação com o mesmo mês de 2015, em um movimento de retração que permeou o resultado do varejo ao longo de todo o ano passado.
O segmento de bens não duráveis, que responde em sua maior parte pelas vendas de super e hipermercados, foodservice, drogarias e perfumaria, apresentou queda real de 4,8% das vendas realizadas em dezembro na comparação anual. As projeções futuras sinalizam queda real nos próximos três meses, sendo 4,4% em janeiro, 2% em fevereiro e 0,9% em março. "Importante lembrar que o setor de alimentação dentro do lar sente muito a pressão da inflação elevada e o aumento médio dos preços em dezembro de 2016 foi de 9,4% no acumulado 12 meses", ressalta o IDV.
O setor de semiduráveis, que inclui vestuário, calçados, livrarias e artigos esportivos, apresentou em dezembro queda real de 2,7% na comparação anual. A expectativa para os próximos meses é positiva, sendo de aumento de 0,9% em janeiro, 2,1% em fevereiro e de 1,8% em março de 2017 em relação ao mesmo período do ano anterior. A inflação desse segmento acumulada em 12 meses, segundo dados do IBGE, atingiu +3,9% em dezembro de 2016.
O setor de bens duráveis teve em dezembro de queda real de 0,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior. A recuperação da confiança dos consumidores e a retomada do crédito continuam sendo os principais desafios para o segmento. A projeção dos associados para os próximos meses é de crescimento de 1,9% em janeiro, 0,6% em fevereiro e 3,7% em março. Já a inflação acumulada nos 12 meses em dezembro ficou em +1,4% para esse setor.
Projeção de crescimento
Passado o primeiro bimestre de mau humor do consumidor, a perspectiva da entidade é que, para o mês de março a perspectiva é que haja um crescimento de 1,3% na intenção de compra do brasileiro. "Vale ressaltar a importância do IAV-IDV, que consegue, entre 30 a 40 dias, antecipar a tendência de resultados da Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE", disse o IDV, por meio de comunicado.
Paula Cristina
Fonte: DCI - São Paulo