Taxa de mortalidade chega a 76% das marcas

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Segundo estudo da Global Franchise apenas 10% das redes que adotam o modelo de negócio têm mais de 60 unidades, número considerado ideal para o equilíbrio das contas das franqueadoras



São Paulo - Entrar no modelo de franquias pode parecer boa ideia para empresas que buscam expansão rápida com pouca injeção de capital, mas nem sempre é assim. Segundo um estudo da Global Franchise 76% das marcas que entraram no Guia Oficial de Franquias entre 2005 e 2016 deixaram de franquear ou fecharam.


"Muitos franqueadores acreditam na possibilidade de crescer facilmente, bastando ter um negócio de sucesso. Ledo engano. Sem fazer uma avaliação profunda do potencial de franqueabilidade da empresa é praticamente certo que o franqueador não sairá do lugar, ou então fará o que chamamos de 'vôo de galinha'. Vende algumas franquias e para", disse o consultor da Global Franchise Felipe Di Mauro.


Para mapear o tamanho das franquias que hoje operam no Brasil a consultoria traçou algumas 'barreiras' a serem ultrapassadas pelas marcas. A primeira delas é chegar em 20 unidades franqueadas. Segundo o estudo, das 992 franquias presentes hoje no Guia Oficial de Franquias apenas 279 (ou 28,1%) não abriram mais de 20 unidades entre 2011 e 2015. "São franquias que podem ser consideradas estagnadas", disse o diretor-fundador da consultoria, Paulo Cesar Mauro.


De acordo com ele, entre 2005 e 2016 mais de duas mil marcas adotaram o modelo de franquias, mas 1,1 mil já saíram do formato. Das que abandonaram o modelo só 10% tinham mais de 20 lojas.


Quando analisada todas as marcas que se aventuraram neste mercado desde 2005 só 24% (ou 499) ultrapassaram a marca de 20 franquias. Isso significa que 76% dos franqueadores que entram neste mercado desistem de franquear, fecham seus negócios ou sobrevivem de forma inadequada. "Este, para nós, é um índice de mortalidade de franqueadores do mercado", diz.


Quando a empresa supera a barreira das 20 unidades, o desafio é atingir 60 operações, mérito alcançado por apenas 10% dos franqueadores. "É claro que os que ultrapassam as 20 unidades ainda têm chances de chegar a 60, mas muitos podem se perpetuar nessa faixa, perdendo força e valor ao longo dos anos", completa.


O movimento fica ainda mais difícil com o cenário de alta concorrência que temos hoje. "Com o crescimento e amadurecimento das redes mais antigas, e a crescente entrada de novos concorrentes, o mercado tornou-se altamente competitivo na oferta de oportunidades para investidores, o que torna praticamente impossível um franqueador novo crescer apenas com os recursos da venda de franquias. A exceção disso, quando um franqueador tenha um negócio inédito e que crie um desejo incontrolável de compra da franquia por parte dos investidores, o que, convenhamos, é muito raro", finaliza Mauro, lembrando que os investidores também optam mais por redes consolidadas, piorando o cenário para os entrantes.

 


Paula Cristina


Fonte: DCI - São Paulo

 

 


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