Resultado de janeiro, na comparação anual, é reflexo de uma mudança no hábito do consumidor, que agora tem feito mais refeições dentro de casa e racionalizado melhor a compra de bebidas
São Paulo - Embora o varejo já tenha começado a ensaiar uma saída do ciclo recessivo, alguns setores, como o de bares e restaurantes, ainda sentem com força o impacto da crise. Em janeiro, as vendas nesses estabelecimentos encolheram 8,5% na comparação anual, segundo dados da Mastercard.
O resultado, divulgado por meio do indicador de varejo SpendingPulse incluiu o segmento de restaurantes pela primeira vez neste mês, e o resultado mostrou a resiliência da crise nesse segmento, já que muitos consumidores têm mudado hábitos alimentares e feito mais refeições em casa. "O ambiente econômico ainda é desafiador, com um mercado de trabalho sem perspectivas de melhoras e queda da confiança dos consumidores. Esperamos uma queda contínua das vendas no varejo, mas há indícios de que a perspectiva esteja finalmente dando sinais de melhora", disse, por meio de nota, o diretor de pesquisas econômicas da Mastercard Advisors, Kamalesh Rao.
A perspectiva mais positiva do economista se deu em função das vendas totais no varejo - exceto automóveis, materiais de construção e restaurantes - que apesar de ter encolhido 2,2% em janeiro, em comparação ao mesmo período de 2016, começa a apresentar um volume menor de retração quando comparado aos meses passado: as vendas caíram 3,3% nos últimos três meses em relação ao mesmo período do ano passado, acima da queda de 4,6% ano a ano, registrada no quarto trimestre de 2016.
E-commerce
Além disso, mais uma vez considerado o ponto de destaque do varejo, o e-commerce, continua a brilhar. O setor cresceu 15% em janeiro comparado ao mesmo período do ano anterior, o sétimo mês consecutivo de ganhos. Nos últimos três meses, as vendas no canal cresceram 17,8%, mantendo o mesmo crescimento do último trimestre de 2016.
De acordo com o relatório, no primeiro mês do ano, quatro setores superaram as vendas totais: vestuário, produtos farmacêuticos, materiais de construção e artigos de uso pessoal e doméstico.
"Enquanto isso, móveis e eletrônicos, combustíveis e supermercados ficaram atrás do total das vendas no varejo", detalhada o informe da Mastercad. Quanto aos setores on-line, eletrônicos superaram o desempenho da média do canal, enquanto móveis, vestuário, hobby & livrarias e produtos farmacêuticos ficaram abaixo do crescimento global do comércio eletrônico.
No recorte por região o Sudeste (-1,5%) teve desempenho acima da média, enquanto Norte(-4,5%), Nordeste (-3,3%), Sul (-3,3%) e Centro-Oeste (-3,0%) ficaram abaixo do registrado pelo varejo, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
O indicador SpendingPulse da Mastercad foi lançado em 2013 no País e é baseado nas atividades de vendas na rede de pagamentos Mastercard, juntamente com as estimativas para todas as outras formas de pagamento, incluindo dinheiro e cheque.
Da redação
Fonte: DCI - São Paulo