Agronegócio e indústria entram na onda do big data para voltar a crescer

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Empresas de diferentes setores assimilaram a tendência e demandam novas soluções; uma das líderes no País, catarinense Neoway, recebe nova rodada de aportes e espera alta de 50% neste ano

 

Florianópolis* - Restrito a poucos nichos de mercado até pouco tempo atrás, o uso de grandes quantidades de dados estruturados (big data) como indutor de novos negócios ou corte de gastos já é imprescindível em diferentes segmentos. O movimento ficou evidente durante o Data Driven Brasil (DDB), organizado pela Neoway em Florianópolis (SC) na última sexta (10). Uma das pioneiras na oferta de big data no País, a empresa reuniu cerca de 300 executivos - como a presidente da Microsoft no Brasil, Paula Bellizia - que apresentaram experiências reais do uso da tecnologia e seus ganhos na operação das empresas. Entre elas o grupo de mídia Abril, que e valeu da ocasião para o lançamento de novas ferramentas convergentes.

 

"Anunciamos hoje (10/03) para o mercado uma aliança com a Neoway para oferecer o big data aplicado no marketing", conta o presidente da Abril, Walter Longo. Oriundo do setor publicitário e a frente do grupo desde o ano passado, o executivo já havia coordenado a criação de uma divisão - a Abril Big Data (ABD) - que oferecia insights baseados na tecnologia para clientes publicitários. Agora, segundo o executivo, a ideia principal é aumentar o escopo dos serviços e também do público-alvo. De acordo com Longo, o modelo cruzará a base de dados da Abril ("temos quatro milhões de assinantes e falamos com mais de 80 milhões de pessoas mensalmente") com a da Neoway, rica em informações financeiras e de crédito. Feito isso, ações publicitárias mais assertivas se tornaram possíveis.

 

Ao DCI, o presidente do grupo explicou o modelo de forma ilustrada: "Se uma empresa de pet food quer identificar quais famílias possuem cachorros velhos com problemas nos rins, podemos cruzar os algoritmos e identificar as 150 mil famílias que se encaixam no perfil. Depois podemos mandar mala direta, cestas de produtos ou anúncios encartados, por exemplo", conta Longo. O modelo é um exemplo da possibilidade latente criada a partir do uso de dados entre empresas - algo em parte permitido pela popularização do acesso à nuvem. Para 2017 a consultoria especializada IDC Brasil prevê um crescimento de 4,7% nos investimentos relacionados à tecnologia: a estimativa é que as iniciativas movam US$ 847 milhões ao longo deste ano.

 

Só a Neoway, por exemplo, planeja um crescimento de 50% no faturamento. "Em 2016 crescemos 55%", comemorou o fundador e CEO da empresa, Jaime de Paula - que garantiu, contudo, o desejo de manter a "cabeça de startup". Ainda assim, a empresa tem dado passos importantes, como a abertura de um escritório em Nova York no fim do ano passado e a recepção de uma nova rodada de investimentos liderada pelos fundos Pollux Capital, QMS e Pointbreak.

 

Indústria e finanças

Não foi apenas o campo de marketing e mídia que abraçou de vez o big data. Chefe de inteligência de mercado e vendas da Mercedes-Benz no Brasil, Ebru Semizer falou sobre benefícios gerados após a entrada dos dados estruturados na cadeia de vendas de caminhões da montadora. "Criamos um processo de prospecção com um calendário de ciclos de venda e uma base de dados com todos os fatores econômicos que impactam o cliente: são 180 pontos de venda gerando dados todos os dias. Quando o cliente chega na visita, já sabemos o que ele tem na frota, suas condições de crédito e direcionamos a força de vendas", explica a executiva.

 

Já o setor financeiro - que é precursor do uso do big data - segue celebrando novos usos da tecnologia, conforme demonstrou o diretor corporativo da recuperadora de crédito Recovery, Euler Barbosa. "Com a análise preditiva a gente consegue, já na hora da concessão de crédito, descobrir se a pessoa vai ser inadimplente ou não", cravou o executivo durante o evento. /* O repórter viajou a convite da Neoway

 

 

Fonte: DCI

 


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