A escalada do preço das units - ativos compostos por mais de um tipo de ação - da Via Varejo já leva potenciais compradores do braço de eletroeletrônicos do Grupo Pão de Açúcar (GPA) a considerar que a companhia estaria se tornando cara demais para ser alvo de uma aquisição. Esse é um dos fatores que têm atrasado o processo de venda da varejista. Desde a véspera do anúncio oficial pelo grupo varejista dos planos de vender a controlada, dia 22 de novembro, as units da Via Varejo subiram 42,74% até ontem, quando fecharam o dia cotadas a R$ 11,79.
Desde a véspera do anúncio oficial pelo grupo varejista dos planos de vender a controlada, dia 22 de novembro, as units da Via Varejo subiram 42,74% até ontem, quando fecharam o dia cotadas a R$ 11,79. A partir dessa alta, a companhia ganhou R$ 1,5 bilhão em valor de mercado, alcançando uma capitalização total de R$ 5,1 bilhões, ontem. Esse valor ainda não inclui, porém, as lojas virtuais de Ponto Frio e Casas Bahia, que estão em processo de integração com a Via Varejo.
É em cima dessa recente alta das units que espera-se que o comprador de Via Varejo ainda pague um esperado prêmio ao GPA, que detém 62,6% da companhia de eletroeletrônicos. Não existe a obrigatoriedade, porém, de que o controle seja vendido a valor de mercado. Um grupo interessado na Via Varejo afirmou à reportagem que o valor de mercado que a companhia alcançou supera o desembolso calculado inicialmente para a aquisição da varejista, já incluído o prêmio ao controlador. Diante disso, esse potencial comprador não deve fazer uma proposta de compra pela rede.
O processo de venda da Via Varejo tem sofrido atrasos diante da dificuldade de encontrar interessados na companhia. A escala das units acaba tornando esse processo ainda mais complicado. A valorização, porém, não é algo exclusivo da Via Varejo. Apesar de o desempenho da controlada do GPA na bolsa de valores superar em muito a alta de 5,73% do Ibovespa no mesmo período, outras varejistas também viram o preço de suas ações subir desde novembro. Os papéis da Magazine Luiza, por exemplo, tiveram alta de 72,84% e fecharam o dia ontem cotados a R$ 171,84. A companhia criada a partir da união entre Via Varejo e parte da Cnova - um negócio ainda não constituído formalmente - teve vendas líquidas de R$ 23,2 bilhões em 2016 e prejuízo de R$ 750 milhões. Internamente, essa integração é vista como crucial para a avaliação que a companhia terá por parte de potenciais compradores. (Colaborou Adriana Mattos).
Fonte: Valor Econômico