Com o feriado se aproximando, as famílias já dão início ao planejamento do menu tradicional dos almoços da Sexta-Feira Santa e do domingo de Páscoa. De acordo com pesquisa realizada pela equipe do Diário em seis supermercados da região, os itens essenciais para fazer a tradicional bacalhoada saem, em média, por R$ 163,46. No entanto, o consumidor deve pesquisar, pois a variação encontrada é de 20,35% - o menor valor da cesta é de R$ 152,56, enquanto que o maior, R$ 183,62.
O levantamento considerou 11 produtos: dois tipos de bacalhau (do Porto e Zarbo), azeite extravirgem, azeitona, cebola, tomate, ovos, batata, pimentão verde, vinho branco e vinho tinto. A pesquisa foi realizada com base nas marcas mais baratas disponíveis.
Em 2016, o preço médio da cesta com os mesmo itens era de R$ 159,44. Ou seja, o kit deste ano está 2,52% mais caro que o do ano passado.
O vinho tinto ou branco (750 ml) que acompanha a bacalhoada foi o campeão no quesito diferença de preço, ao registrar variação de 203,74%. As garrafas podem ser compradas desde R$ 11,49 até R$ 34,90, considerando os menores preços.
A segunda maior diferença foi a do azeite extravirgem (500 ml): 179,46%. O menor preço encontrado foi o de R$ 5,99, enquanto que, o maior, R$ 16,74. Os quilos da cebola e o da batata vêm em seguida, tendo diferença nos valores de 71,72% - de R$ 1,49 a R$ 2,49 - e 66,94% - de R$ 2,39 a R$ 3,99 -, respectivamente, entre os supermercados pesquisados.
Quanto ao bacalhau, foram apurados dois tipos. O Zarbo foi encontrado por, em média, R$ 31,17 o quilo. Ele é responsável pela segunda menor diferença de preço (24,68%), uma vez que seu valor oscilou entre R$ 27,99 e R$ 34,90. Já o do Porto variou de R$ 47,90 a R$ 59,90 (25,05%), com preço médio de R$ 52,41 o quilo.
É importante ressaltar que, neste ano, o bacalhau está mais em conta. Em 2016, no mesmo período, o Zarbo custava, em média, R$ 36,89 - 18,35% mais. O bacalhau do Porto, por sua vez, tinha o preço médio de R$ 53,17, valor 2,40% maior. Fator que influencia no custo é o dólar. Para se ter ideia, na semana da Páscoa no ano passado, a moeda norte-americana estava na casa dos R$ 3,65, enquanto que, ontem, estava cotada em R$ 3,13 - 16% menos.
A dúzia de ovos brancos apresenta diferença de 14,30% no valor, sendo a menor variação registrada pelo Diário. A bandeja tem custo médio de R$ 6,16 e pode ser comprada por R$ 5,99 em quatro dos seis supermercados apurados. Nas outras duas redes visitadas é achada por R$ 6,06 e R$ 6,99.
Associações comerciais projetam vendas similares ao ano passado
Em mais uma Páscoa marcada pela crise - a quarta consecutiva, o comércio da região não espera crescimento nas vendas para a data em relação a anos anteriores. Segundo o presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), Valter Moura, o consumidor ainda não sente segurança. "Menor crescimento da massa salarial, alta dos juros, redução do emprego e inflação o deixam mais retraído."
Cenário parecido é projetado pelo presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Evenson Robles Dotto. "Poucos associados acreditam no crescimento do comércio para esta Páscoa. A maioria deles fez o mesmo pedido do ano passado aos fornecedores."
A Pan, fabricante de chocolates de São Caetano, no entanto, espera vender 20% mais. O motivo é a "adequação do mix e de preços" da marca. De fato, a empresa está com novidades e tíquete médio menor após ter sido adquirida pelo Grupo Benetti Brasil Participações em outubro de 2016.
A equipe do Diário procurou as demais associações comerciais da região, porém, elas não se posicionaram.
Fonte: Diário do Grande ABC