Consumidor ensaia novo retorno às compras

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São Paulo - Ainda que não seja convertido em vendas, o volume de brasileiros visitando varejistas subiu em março 0,6%, ante a fevereiro, já descontada a sazonalidade do período, segundo o Serasa Experian.  Apesar da alta na análise mensal, quando comparado ao mesmo período do ano passado, houve um recuo de 1,9% na atividade varejista.

 

De acordo com os economistas da Serasa Experian, a queda da inflação, o recuo das taxas de juros e uma melhora dos níveis de confiança do consumidor estão começando a provocar efeitos positivos, na margem, da atividade varejista do país, ainda que tal movimento se dê de forma não generalizada.
A maior alta observada no varejo em março/17 foi o crescimento de 1,7% do setor de combustíveis e lubrificantes, seguida pelo avanço de 0,8% do segmento de supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas.


Na direção negativa, o mês de março registrou queda de 3,3% no setor de veículos, motos e peças, retração de 1,6% em móveis, eletroeletrônicos e informática, recuo de 2,8% em segmento de tecidos, vestuário, calçados e acessórios, e queda de 2,2% no segmento de material de construção.
"Depois de dois anos em recessão, o brasileiro começa a perceber que fazer algumas compras são necessárias. Mesmo na economia instável. As pessoas que congelaram gastos em 2015, agora precisam fazer algumas aquisições, e a queda da inflação e o uso do FGTS são fatores que estimulam a compra", comenta o professor de economia e consultor de finanças pessoais, Robson Callegari Filho.


Na visão do acadêmico, no entanto, é cedo para falar que varejo sentirá esse efeito imediatamente. "Entre a constatação da necessidade da compra e a compra efetivamente pode haver um período de até um ano, dependendo do valor agregado do produto e a situação financeira da família."


Na comparação com o primeiro trimestre de 2016, todos os segmentos varejistas recuaram nestes primeiros dois meses de 2017, a saber: supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas (-5,2%); móveis, eletroeletrônicos e informática (-11,8%); combustíveis e lubrificantes (-2,5%); veículos, motos e peças (-10,2%); tecidos, vestuário, calçados e acessórios (-10,9%); e material de construção (-12,9%).


Emprego cai

Enquanto os varejistas não sentem efetivamente um aumento no faturamento, a questão do emprego no setor continua desafiadora. Em janeiro, no Estado de São Paulo, o número de postos de trabalho no comércio encolheu 2,1%, na comparação interanual, de acordo com dados da FecomercioSP, com dados do Ministério do Trabalho. Em doze meses, o segmento como um todo já eliminou mais de 43,42 mil vagas no estado.


Em janeiro foram 16.352 postos a menos, resultado de 66.549 admissões contra 82.901 desligamentos. "Apesar do saldo negativo, tradicional para o mês de janeiro após as vendas de fim de ano, o fechamento de postos de trabalho foi o mais ameno para o mês desde 2013", comentou a FecomercioSP, em nota. Com o resultado, o varejo encerra o mês com estoque total de 2.066.531 trabalhadores ativos.


"A perda de vagas em janeiro de 2017 é mais amena que no mesmo mês de 2016, 2015 e 2014", informa a entidade, sinalizando que o mercado de trabalho está melhor. Callegari, no entanto, discorda: "Há também o efeito das empresas trabalharem já com o mínimo de mão de obra possível. Não há mais onde cortar", comenta ele, ressaltando que, para este ano, a tendência é que menos varejistas fechem as portas.

 

 

 

Fonte: DCI

 

 


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